O professor Pedro Fernandes Neto pediu exoneração da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mossoró. Sua saída foi motivada por questões pessoais e políticas, já que o Republicanos, partido dirigido por seu irmão, passou a se alinhar ao grupo adversário do prefeito Allyson. Ético e avesso a dissimulações, Pedro evitou constrangimentos à gestão. Ele deixou o cargo de forma serena, agradecendo a confiança e priorizando a família.
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, ainda avalia qual nome apoiará para deputado federal em 2026. A possibilidade mais comentada é a de lançar o vereador Thiago Marques, mas a decisão dependerá também do União Brasil. O partido pode ver vantagem em ter um nome de Mossoró para fortalecer a chapa. Para estadual, Allyson já confirmou sua esposa, Cínthia Pinheiro, como candidata.
Jorge do Rosário retornou ao PL e assumiu a presidência da sigla em Mossoró, confirmando que disputará novamente vaga de deputado estadual. Em 2018 e 2022, obteve votações expressivas, mas ficou sem mandato pela fragilidade partidária. Agora, aposta no PL e na estrutura prometida pelo senador Rogério Marinho. O objetivo é transformar a terceira tentativa em vitória.
Após o 7 de setembro, Tarcísio de Freitas entregou-se politicamente a Bolsonaro e consolidou sua candidatura presidencial. O Centrão e a Faria Lima aceitaram o gesto como teatro necessário para unificar forças. A disputa agora gira em torno da escolha do vice, com nomes como Ciro Nogueira, Rogério Marinho e Eduardo Bolsonaro no páreo. Mas, em meio ao burburinho, paira a possibilidade de uma condenação que pode levar Bolsonaro à prisão em poucas semanas.
Nos atos de 7 de setembro, o bolsonarismo abandonou o discurso patriótico ao exaltar a bandeira americana, um gesto contraditório em uma data que simboliza a independência do Brasil. Esse erro compromete uma narrativa cultivada por anos. Além disso, Tarcísio de Freitas, em busca da bênção de Bolsonaro, radicalizou seu discurso e se mostrou oportunista. Na guerra das narrativas, a coerência foi a maior derrotada.
Vivemos a persistência das oligarquias na política potiguar, mesmo em tempos de redes sociais e discursos de renovação. Antes, criticava-se a sucessão baseada apenas em laços de sangue e sobrenome. Hoje, práticas semelhantes se reproduzem nos palanques, com candidaturas de esposas, irmãos e primos. Figuras como João Maia, Paulinho Freire e Allyson Bezerra seguem o mesmo modelo que tanto criticaram. No fim, a oligarquia apenas muda de rosto, mas mantém intacta a lógica de concentrar o poder em família.

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