O PSDB do Rio Grande do Norte vive um esvaziamento acelerado. Enquanto o senador Styvenson Valentim, que assumiu informalmente o controle da sigla, mostra total desinteresse pela organização partidária, o deputado Ezequiel Ferreira já prepara sua saída para o MDB. Filiados buscam abrigo em outras legendas diante da inércia de ambos. A janela partidária de março de 2026 deve marcar a debandada final. O destino provável: o PSDB potiguar se tornará apenas uma sigla sem conteúdo.
As pesquisas recentes apontam leve recuperação de Lula e fortalecem a ideia de que o presidente tentará novo mandato em 2026, mesmo beirando os 80 anos. Tarcísio de Freitas recua e já é tratado como candidato à reeleição em São Paulo. A grande mídia flerta com uma candidatura de Alckmin. Bolsonaristas, como Marcos do Val, tensionam o STF. Enquanto isso, Valdemar Costa Neto aposta em Michelle Bolsonaro — e Rogério Marinho investe pesado para não fazer feio nos atos pela anistia.
O deputado estadual Ivanilson Oliveira (União Brasil) vem estruturando com competência sua campanha à reeleição, consolidando apoios em Baraúna, Areia Branca, Grossos e, com destaque, em Mossoró. Com base sólida na cidade natal, onde sua irmã é prefeita, Ivanilson aparece bem posicionado em pesquisas recentes. Em Mossoró, conta com apoio de vereadores e lideranças locais e tende a dobrar sua votação de 2022. Mantém escritório aberto e presença constante na cidade. Sua fidelidade política tem sido apontada como diferencial por aliados.
O ministro Alexandre de Moraes deve concluir até o fim de agosto seu voto como relator no processo que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado. A expectativa é que o julgamento ocorra na Primeira Turma do STF, com possível condenação na primeira quinzena de setembro. Se houver sentença condenatória, a defesa poderá apresentar embargos de declaração, que devem ser analisados rapidamente. O trânsito em julgado pode ocorrer até o início de outubro. Em caso de condenação, há previsão de emissão de ordens de prisão.
A pré-candidatura da primeira-dama de Mossoró, Cínthia Pinheiro, à Assembleia Legislativa ainda não abalou visivelmente a estrutura política do prefeito Allyson Bezerra, mas já provoca tensões. A adesão parcial da bancada governista da Câmara e a reação de vereadores que preferem apoiar outros candidatos prenunciam conflitos. A "autorização" para múltiplos apoios pode ser apenas simbólica, com sanções práticas no uso da estrutura da Prefeitura. A gestão tenta manter a coesão, mas rupturas são inevitáveis. A disputa interna será um teste de lealdade e força para 2026.
Com a esperada renúncia do prefeito Allyson Bezerra em abril de 2026 para disputar o Governo do Estado, a política mossoroense entra em um novo ciclo. O foco se volta agora para o cenário pós-Allyson, com a ascensão do vice Marcos Bezerra à Prefeitura. A permanência da influência de Allyson, a autonomia de Marcos, a coesão do grupo político e os desdobramentos para 2028 compõem os principais pontos de atenção. O futuro do grupo aliado e a imagem do novo prefeito serão determinantes. Mossoró entra num momento de transição delicado e estratégico.

SOBRE NETO QUEIROZ

SOBRE O BLOG