2026 se configurando: três palanques competitivos, três grupos fortes e nenhuma certeza

Com a confirmação dada por várias fontes ouvidas pelo blog, dentro do PL, de que Rogério Marinho é candidatíssimo ao Governo do Estado — e de que a prioridade voltou a ser o Rio Grande do Norte — a questão que devemos analisar agora são os três palanques competitivos que estão se formando para a disputa de 2026.

O PL e o senador Rogério Marinho representam um grupo político forte. De imediato, reúne PL, Podemos e PSDB — e ainda pode atrair o Republicanos. Além de Rogério ser um nome de grande peso e preparo político, conta ao seu lado com Styvenson Valentim, favorito ao Senado, e pode agregar o ex-prefeito Álvaro Dias como segundo nome para o Senado. Restaria apenas definir o nome para a vaga de vice.

Por sua vez, o governismo — composto por PT, PCdoB, Rede, MDB e PSB — também reúne um grupo político de peso. Fátima Bezerra, Waltinho e Ezequiel Ferreira são líderes consolidados. E ainda existe a possibilidade de atrair Zenaide Maia e o PSD, o que tornaria esse palanque ainda mais robusto. Não há dúvidas de que o governo virá forte para manter o controle do Executivo estadual.

Neste cenário, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, surge como terceira via. Seu grupo, ainda em formação, tem como principal referência o ex-senador José Agripino Maia. O União Brasil está dividido entre Allyson e Rogério. O PP ainda aguarda definições e negociações. O grande trunfo de Allyson é claro: ele lidera todas as pesquisas divulgadas. Apesar da estrutura partidária ainda incipiente, tem capital eleitoral. Zenaide Maia também poderia migrar para esse palanque, caso não aceite subir no de Fátima.

O que vejo para 2026 lembra o que ocorreu em 2024, em Natal. Paulinho Freire, Carlos Eduardo e Natália Bonavides formaram três palanques competitivos. Carlos Eduardo era o favorito. Mesmo sem grupo forte, rejeitou até o apoio do então prefeito Álvaro Dias, chegando a afirmar que venceria com ou sem ele. Carlos, o arrogante; Paulinho, o azarão; Natália, a aventura.

Habilmente, Natália direcionou sua artilharia para Paulinho — e vice-versa. Ambos atraíram os holofotes, em uma relação quase simbiótica, onde um alimentava a narrativa do outro. Enquanto isso, Carlos Eduardo tentava lembrar o eleitor da sua gestão passada. Natália e Paulinho discutiam temas atuais, como a prisão de quem roubava celular.

E todos sabem como a história terminou.

Veja bem, não estou dizendo que o favorito de hoje, Allyson Bezerra, vai repetir os erros de Carlos Eduardo. Mas não custa nada aprender com a história. Veja o caso de 2002, quando o grande empresário Fernando Bezerra, apontado como favorito, sequer chegou ao segundo turno, assistindo à vitória da azarona Wilma de Faria. E Robinson Faria vencendo Henrique Alves, alguém previa isso?

O que quero dizer é que, num cenário com três palanques competitivos, todos com bons grupos políticos, a chance de segundo turno é grande — e não há favoritos garantidos. Quem se sentar na cadeira da arrogância, pode ser surpreendido.

E mais: a polarização política nacional continua forte. Ela engoliu Carlos Eduardo em 2024 e pode dar as caras novamente em 2026. Aliás, já está dando. Por que vocês acham que Cadu Xavier convidou apenas Álvaro e Rogério para um debate sobre o RN, ignorando Allyson Bezerra?

Esse é o jogo.

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