A chapa com a qual a senadora Zenaide Maia anda sonhando — até mesmo acordada — teria Alysson Bezerra como candidato ao Governo, com ela e Fátima Bezerra disputando o Senado. Quem ouve a senadora percebe que ela ainda alimenta alguma esperança de que essa composição possa se concretizar.
O problema é que, na realidade, Alysson e Fátima estão cada vez mais distantes. Os dois já queimaram as pontes entre si, e o que resta hoje é um fosso quase intransponível. Não há nada que a senadora Zenaide possa fazer para reaproximá-los.
Isso porque, dentro do União Brasil, não há vozes que defendam essa aliança. O ex-senador José Agripino, considerado uma espécie de mentor de Alysson Bezerra, já aconselhou seu pupilo mais de uma vez a seguir pela terceira via, de centro. Foi ele, inclusive, quem orientou o prefeito a adotar um discurso mais forte contra a governadora.
Fora do sonho de Zenaide, mas dentro de uma realidade mais viável, existe a possibilidade de um acordo com o PT em que a senadora faça dobradinha, suba no palanque com Fátima, mas tenha liberdade para apoiar Alysson ao Governo, ainda que em palanques distintos. Alysson, por sua vez, poderia retribuir o gesto, apoiando Zenaide fora de sua própria coligação.
Pode parecer um arranjo complicado — e de fato é —, mas ainda assim é uma alternativa mais concreta do que tentar unir o prefeito de Mossoró e a governadora em um mesmo palanque.
O fato é que Zenaide ainda não bateu o martelo sobre uma aliança com Fátima Bezerra, mas está inclinada a fazê-lo. A estrutura federal, a estadual e o apoio do campo progressista são considerados essenciais por ela. Enquanto houver chance de manter o apoio de Alysson, a senadora continuará tentando encontrar um caminho que equilibre todos esses interesses.
