Não acho que Styvenson seja imbatível. A eleição para o Senado ainda tem muita água pra passar debaixo da ponte

Ainda a respeito da pesquisa do Instituto Consult, divulgada hoje pela manhã pelo jornal Tribuna do Norte, há algumas considerações que considero importantes sobre as informações relativas à disputa pelo Senado. Meu foco é o senador Styvenson Valentim e seu projeto de reeleição.

Não vejo Styvenson como um “senador de férias”. Acredito que existam muitas variáveis em torno de sua figura que ainda não foram devidamente exploradas. Uma delas é a possibilidade de ele ficar isolado politicamente. Suponhamos que Rogério Marinho não seja candidato a governador e que Styvenson não consiga se alinhar ao prefeito Allyson Bezerra — nesse cenário, existe uma boa chance de que ele enfrente a campanha sozinho, sem palanque, sem apoio para o governo estadual e sem uma nominata forte para deputado federal e estadual.

Outro ponto relevante é que Styvenson ainda não enfrentou uma artilharia pesada. A campanha eleitoral é, muitas vezes, uma guerra com muito “chumbo grosso”. O senador construiu sua liderança em cima da imagem da antipolítica, mas essa construção pode ruir diante do volume de críticas e ataques que inevitavelmente surgirão durante a disputa.

Zenaide Maia, por sua vez, pode se beneficiar de uma futura aliança com Allyson Bezerra. Não é absurdo imaginar que, caso Zenaide se torne a candidata ao Senado apoiada por Allyson — e ele se consolide como o grande favorito ao governo, superando a marca de um milhão de votos —, parte dessa votação poderá beneficiar diretamente a candidatura dela.

Outro fator é Fátima Bezerra, que já aparece agora como a segunda mais competitiva na disputa pelo Senado. Ela pode crescer bastante durante a campanha. Além de seu desempenho individual, Fátima pode se beneficiar de uma eventual melhora na popularidade do presidente Lula, o que ampliaria seu potencial de votos, dependendo também da avaliação da sua gestão estadual.

Por fim, é sempre válido lembrar o exemplo de Rogério Marinho, que é a prova viva de que a disputa pelo Senado costuma ser imprevisível. Apontado como azarão, ele derrotou Carlos Eduardo contra todas as projeções e hoje ocupa uma cadeira no Congresso.

Não pretendo ser mau agouro para Styvenson nem profeta de boas novas para seus adversários. Apenas trago uma análise com o intuito de reforçar meu ponto de vista: ainda faltam um ano e cinco meses para a eleição, e há muita água para passar debaixo dessa ponte.

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