Concordo inteiramente com algumas análises que tenho ouvido sobre as eleições de 2026 no Rio Grande do Norte, especialmente em relação à pré-candidatura de Cadu Xavier, pelo Partido dos Trabalhadores. Concordo com a afirmação de que Cadu ainda é um nome em construção, mas tem potencial por diversos aspectos.
Antes de prosseguir, lembro que critiquei Cadu Xavier por sua fala ao convidar Rogério Marinho e Álvaro Dias para debater o Rio Grande do Norte, excluindo Allyson Bezerra do convite. Ao tentar ignorar a realidade de que Allyson lidera as pesquisas, a intenção era criar uma polarização com o bolsonarismo — uma estratégia compreensível, ainda que discutível.
Quando o nome de Cadu foi anunciado, escrevi uma análise destacando os bons argumentos a seu favor: um nome novo, postura simpática, respeitado pelo empresariado e profundo conhecedor do governo, com capacidade para sustentar qualquer debate. E o melhor: Cadu não carrega, em sua imagem, todo o peso da rejeição que o petismo possui em parte da sociedade — pelo menos, não integralmente.
Seu grande desafio é o desconhecimento. O eleitor ainda não sabe quem ele é. No entanto, isso não determina hoje o sucesso ou fracasso de sua candidatura. Ainda faltam aproximadamente 18 meses para a eleição, tempo suficiente para reverter esse desconhecimento. E, conforme for se tornando mais conhecido, os fatores que motivaram sua escolha poderão se converter positivamente.
Há também o argumento dos números. O PT elegeu Fátima Bezerra para o Senado em 2014 com 54,8% dos votos, como governadora em 2018 com 46,2% no primeiro turno e 57,6% no segundo, e a reelegeu em 2022 com 58,3%. Ou seja, o partido acumula três vitórias consecutivas em eleições estaduais — um dado que nenhuma análise séria pode ignorar.
Alguém pode argumentar que hoje a rejeição de Fátima beira os 60% e que isso não acontecia antes. Mas acontecia, sim. Revendo pesquisas de 2022, encontrei dados apontando cerca de 48% de rejeição. Fátima liderou quase todas as pesquisas naquele ano no quesito rejeição. Mesmo assim, venceu no primeiro turno com 58,3%.
Em uma pesquisa recente sobre a disputa para 2026, Cadu aparece com 3 pontos e Natália Bonavides com 14. Acredito que haverá uma transferência quase total desses votos, já que a diferença é o grau de conhecimento: Natália é conhecida, Cadu não.
Sobre o antipetismo, é importante considerar que, independentemente da avaliação do governo Fátima, ela sempre enfrentará uma rejeição orgânica de 40% a 50%, característica do antipetismo no estado.
Voltando a Cadu Xavier e seu potencial, é preciso considerar que, com o afunilamento do processo, ele tende a herdar parte relevante do capital político petista. Talvez 20 ou 30 pontos— uma projeção plausível diante também do efeito Lula, que disputará a reeleição e é um transferidor de votos no Nordeste, e da força de Fátima, que puxará votos ao Senado no campo progressista. Isso por si só vai colocar Cadu em condição competitiva.
Imagino que sua campanha de marketing será voltada a apresentá-lo ao eleitorado: quem é ele, o que pensa, que torce pelo Botafogo. Seu carisma, sua preparação e sua postura cordata devem lhe render frutos. Como escrevi anteriormente: Cadu ainda é um quadro sendo pintado. Mas vai ficar pronto.
Finalizando, quero afirmar que Cadu Xavier é um candidato com potencial real para se tornar competitivo em 2026. Ainda não é, mas será. Erra quem subestima a força dessa candidatura — o mesmo erro que muitos cometeram em 2022, quando Fátima, mesmo oscilando em torno de 30% nas pesquisas prévias, terminou a campanha reeleita de forma consagradora.