Seguindo os dizeres de Ulysses Guimarães, que dizia que a política é como uma nuvem — a gente olha e está de um jeito, olha de novo e já está de outro — eis que há sinais no ar de novo reposicionamento nas nuvens. Para não fazer suspense, vou logo ao ponto: Rogério Marinho é, novamente, candidatíssimo ao Governo do Estado.
Depois de ter mudado sua prioridade para uma possível chapa presidencial, algo aconteceu que fez o senador voltar a mirar no Rio Grande do Norte. Pessoas próximas confirmaram que a intensidade da pré-campanha foi retomada. Rogério está montando uma nova agenda para reabrir conversas e retomar articulações que estavam na gaveta.
Até mesmo o Rota 22, que vinha sendo conduzido apenas para cumprir tabela, deve receber nova energia. Na mídia, as pautas ligadas ao senador voltaram a circular com mais intensidade.
Hoje conversei com o empresário Tião Couto — próximo de Rogério — e o questionei sobre a possibilidade de o senador desistir da candidatura para apoiar Allyson Bezerra. Tião foi categórico: isso não deve acontecer. “Até mesmo porque Rogério representa um projeto grande para o Rio Grande do Norte, e ele é o grande líder desse projeto”, enfatizou.
Tião também destacou que apenas um chamado nacional do partido poderia fazer Rogério mudar de ideia. A retomada do projeto talvez tenha sido o sinal verde que motivou Jorge do Rosário a sair do Avante e assumir o comando do PL em Mossoró.
Esse novo posicionamento de Rogério praticamente encerra qualquer chance de uma oposição unida no Rio Grande do Norte. Antes já era improvável. Agora, ainda mais. Talvez por isso Tião Couto veja como impossível uma desistência de Rogério em favor de Allyson.
A decisão do PL de construir um palanque próprio para 2026 reacende também a divisão interna no União Brasil — e agora, também no PP. Parte prefere Rogério. Outra parte, Allyson.
O cenário muda completamente a partir de agora. O PL retoma protagonismo no estado, empurra Allyson para uma terceira via e busca se consolidar como o principal adversário do governo do PT no RN.
A disputa de 2026 no RN, com três palanques competitivos, promete mexer com o imaginário — e com as lembranças de campanhas passadas. Esse será o tema da próxima postagem.
