Voltando a comentar sobre a posição do prefeito de Natal, Paulinho Freire, em relação às eleições de 2026 — ele que já reafirmou apoio ao senador Rogério Marinho e defende, dentro do União Brasil, que o critério de escolha do candidato da oposição deve ir além dos números de pesquisa, privilegiando quem mais agrega e fortalece o palanque — vejo que Paulinho tem outro grande interesse nessa questão.
Ninguém duvide: Paulinho Freire enxerga 2026 com os olhos voltados para 2030 e 2034. Na visão dele, existe hoje uma fila de possíveis candidatos ao governo. E ele não está nela para 2026, até porque acaba de se eleger prefeito de Natal e precisa, primeiro, apresentar resultados da sua gestão antes de almejar voos maiores.
Mas, tão certo quanto dois mais dois são quatro, Paulinho se considera o primeiro da fila para a eleição seguinte. Ele sabe que precisa se qualificar para ser o sucessor do governador que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2027. Diante disso, suas decisões políticas de hoje já visam o que está por vir.
Por exemplo, Paulinho não quer eleger um governador que não assuma compromissos com ele para o futuro. Alguém em quem não confia — que, mais tarde, possa se transformar num adversário. Nesse ponto, Paulinho se aproxima ainda mais de Rogério Marinho, a quem vê como mais confiável num acordo político de longo prazo. Já em relação a Allyson Bezerra, talvez entenda que poderia se tornar um futuro obstáculo.
Nas análises sobre 2026, é sempre interessante manter esse olhar para além do imediato. Na política, como no xadrez, cada lance precisa ser feito pensando nos próximos movimentos do tabuleiro.