A principal eleição de 2026 é para a Presidência da República. Em uma segunda prateleira, teremos a eleição dos governadores dos Estados. Mas nem uma, nem outra está concentrando a atenção dos partidos como a disputa pelas vagas no Senado e na Câmara dos Deputados. Serão renovados dois terços dos assentos no Senado e 100% da Câmara.
Há uma razão para essa prioridade — ou melhor, duas. A primeira delas é que o Parlamento hoje é o principal executor do orçamento. Quanto mais deputados e senadores um partido tiver, mais verbas do orçamento ele terá à disposição. E o que é melhor: diferente do Executivo, que administra um orçamento quase todo carimbado, a verba dos parlamentares é livre — eles a direcionam para onde quiserem.
A segunda razão está no papel de contraponto que o Legislativo exerce em relação ao Executivo e ao Judiciário. Com maioria no Senado e na Câmara, um bloco de partidos pode travar a gestão de um presidente e até aprovar o impeachment de ministros do STF. Esse é o grande “xis” da questão: o Centrão e os bolsonaristas estão de olho na chance de tirar a toga de Alexandre de Moraes.
Com isso em mente, os partidos traçam suas estratégias. Deputados e senadores ligados ao Centrão e ao bolsonarismo já firmaram uma aliança para tentar eleger 44 senadores. Jair Bolsonaro se dispôs a apoiar, em diversos estados, um nome bolsonarista e outro do Centrão, a fim de viabilizar essa estratégia.
O governo não fica atrás. Lula deu uma diretriz ao partido para que busquem, nos estados, os melhores quadros — aqueles com reais chances de se elegerem senadores e deputados — e que a eleição deles seja tratada como prioridade. O PT tenta se contrapor para evitar que uma oposição massiva domine as duas Casas Legislativas, inviabilizando um possível segundo mandato de Lula.
Mas os partidos podem planejar, montar alianças e elaborar estratégias… No fim, quem decide o jogo é o eleitor. Tem que combinar com o povo primeiro.