Rogério se refere a Allyson com respeito, mas bastidores revelam distância irreversível

Em entrevista ao blogueiro Ismael Sousa, o senador Rogério Marinho comentou sobre a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Mossoró Cidade Junina (MCJ) e sua conversa com o prefeito Allyson Bezerra:

  • Rogério afirmou que, na semana anterior, havia conversado com o prefeito por telefone e que, três dias antes do evento, voltou a contatá-lo para informá-lo sobre a agenda em Mossoró, inclusive convidando-o para acompanhar a visita ao Complexo Viário.
  • Disse também que, durante a ida de Bolsonaro ao MCJ, o prefeito ligou e os convidou — a ele e a Bolsonaro — para irem ao camarote da Prefeitura. No entanto, não foi possível comparecer, pois já havia um compromisso com outro camarote. Rogério contou que Allyson teria dito que iria visitá-los onde estivessem, mas, por conta de desencontros e da saída antecipada de Bolsonaro, esse encontro não aconteceu.

Nem tudo está dito nas palavras de Rogério. Os bastidores revelam que havia uma preocupação por parte dos organizadores da visita em evitar um encontro entre Allyson e Bolsonaro no MCJ. A programação original previa que o ex-presidente não iria à Estação das Artes. A mudança foi uma decisão pessoal de Bolsonaro, que quis ir onde havia maior público. Tanto é verdade que as pessoas mais próximas da comitiva só souberam dessa alteração por volta das 17h da sexta-feira.

Mas isso é o de menos. O que mais chamou atenção na fala de Rogério foi a forma respeitosa com que se referiu a Allyson, chamando-o de “um prefeito muito bem avaliado pela população” e afirmando que pretendia dialogar com ele.

Talvez essa postura de Rogério sirva de lição para desarmar ânimos exaltados.

Pessoalmente, não acredito na possibilidade de diálogo real entre os dois ou na capacidade da oposição de se unir em torno de um único projeto. Allyson está preparando seu sucessor na Prefeitura e focado em disputar o Governo do Estado. Já Rogério saiu fortalecido com a visita de Bolsonaro e ganhou projeção na disputa estadual.

Ambos sabem que os caminhos traçados são opostos e sem volta. Mas, por ora, não custa nada manter uma imagem de respeito e convivência pacífica — mesmo que, nos bastidores, a realidade seja bem diferente.

Que fique a lição.

Compartilhe agora:

MAIS POSTS