Ontem, especulava-se muito em Mossoró que a governadora Fátima Bezerra estaria cogitando convidar a ex-prefeita Fafá Rosado para figurar na primeira suplência ao Senado, na chapa que será lançada pelo governismo. Verdade ou mentira?
Num tempo em que sobram balões de ensaio, não consegui informações suficientes para dizer se sim ou se não, mas percebo uma lógica nessa informação.
Fátima sabe que Mossoró é o segundo maior colégio eleitoral do RN. Daqui, sairão cerca de 160 mil votos válidos para o Senado. Considerando que cada eleitor vota duas vezes para esse cargo, na prática, serão 320 mil votos em disputa apenas em Mossoró.
Considerando a iminência da candidatura ao Governo do prefeito Allyson Bezerra; o enorme apoio popular que ele deverá ter em Mossoró; o grande potencial de transferência de votos de Allyson para Zenaide – sua candidata ao Senado; e considerando que Fátima e Zenaide deverão travar uma disputa direta pela segunda vaga (já que Styvenson é favorito à primeira), então é razoável entender que Fátima precisa priorizar uma estratégia específica para Mossoró.
Fátima precisa dar ao mossoroense um motivo para votar nela ao Senado. E é aí que entra Fafá Rosado.
Alguns podem dizer: Fafá não tem votos, não exerce mais liderança e sequer conseguiu se eleger depois que deixou a Prefeitura. Isso é verdade em parte. Fafá cometeu um erro em 2014, quando tentou se eleger deputada federal em dobradinha com o marido, Dr. Leonardo, candidato a deputado estadual. Não havia musculatura política para isso. Desde então, não se candidatou a mais nada.
Porém, considerando as opções que Fátima tem em Mossoró para compor sua chapa, Fafá Rosado acaba sendo uma boa alternativa. Alguém pode perguntar: e por que não Rosalba? Vale lembrar que Rosalba foi para o palanque do PL – adversário direto do PT – na eleição passada.
Vejo uma lógica política no eventual convite a Fafá para a suplência. Em uma eleição apertada, em que Fátima disputará diretamente com Zenaide – que também é uma concorrente forte –, virar as costas para Mossoró e entregar o eleitorado de bandeja a Zenaide (via Allyson) não parece uma boa estratégia.
Faz todo sentido.