Paulinho Freire joga a isca: chapa sem Rogério testa disposição de Allyson

Confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha ao ler a reportagem do Diário do RN, que reproduziu uma entrevista do prefeito Paulinho Freire, admitindo como possível uma chapa com Allyson Bezerra para o Governo e Styvenson Valentim e Álvaro Dias para o Senado.

Há declarações e manchetes que exigem lupa. É preciso analisar com atenção até as vírgulas. Muitas vezes, o essencial está nas entrelinhas, e acabamos focando apenas no texto principal.

Minha primeira dúvida: por que Paulinho admitiria uma chapa com Allyson na cabeça, sem Rogério Marinho? Todos sabem que Paulinho já reafirmou apoio a Rogério e existe a grande possibilidade de ele indicar sua esposa, Nina Souza, como vice nessa chapa.

A segunda dúvida: a chapa ao Senado, que ele considera “possível”, inclui Styvenson e Álvaro — mas exclui Zenaide Maia, a preferida de Allyson. Isso também destoa do que vem sendo ventilado.

Essas duas incongruências me chamaram atenção: uma chapa sem Rogério, que é o pré-candidato do PL ao Governo, e sem Zenaide, que aparece como o nome de Allyson para o Senado. Parecia confuso — até que novas informações começaram a chegar ao longo do dia.

Fiquei sabendo que a entrevista de Paulinho foi, na verdade, combinada com Rogério Marinho. Trata-se de uma missão em curso: o prefeito de Natal foi encarregado, a pedido do PL e do União Brasil, de abrir o diálogo com os atores políticos interessados na formação de um palanque único da oposição.

E pelo que soube, o conselheiro de Allyson, o ex-senador José Agripino, tem dado sinal positivo a Paulinho na iniciativa da chapa única, porém, sem Zenaide.

Quando Paulinho diz que é possível uma chapa sem Rogério, ele está, na prática, lançando a bola para Allyson dizer se também é possível uma chapa sem Zenaide. Esse é o ponto de interseção para que as conversas avancem.

Assim como a pergunta já foi feita a Paulinho — e ele respondeu afirmativamente —, o próximo passo será algum repórter perguntar a Allyson, quando ele estiver em Natal, se considera viável uma chapa com Allyson, Styvenson e Álvaro. Se o prefeito disser que sim, a conversa continua. Se disser que não, a porta se fecha.

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