No dia 2 de setembro, em um evento amplamente repercutido pela mídia, a direção nacional dos partidos União Brasil e Progressistas anunciou oficialmente o desembarque do governo Lula. A partir daquele momento, as siglas declararam deixar a base governista e adotar postura de independência.
Hoje, 15 de setembro, duas semanas depois, nenhum dos quatro ministros indicados pelo União Brasil e pelo PP entregou o cargo. Todos permanecem em suas funções. O União Brasil ocupa três pastas: Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações). Já o PP tem André Fufuca (Esporte).
Não houve devolução de ministérios nem dos órgãos federais vinculados a eles, como DNOCS, Codevasf, Sudam, Sudene, Telebras, Ibram, entre outros. O PP, por exemplo, indicou a presidência da Caixa Econômica Federal e também não abriu mão da posição.
Na prática, o desembarque até agora foi apenas verbal. Centenas de nomeados pelos dois partidos continuam ocupando cargos nas estruturas estaduais e desfrutando das benesses do poder. Quem acompanha a política em Brasília não se surpreende: tanto PP quanto União Brasil, herdeiros da antiga Arena, sempre mantiveram presença constante no aparelho estatal, independentemente de quem estivesse no Planalto.