Que o vice-governador Walter Alves assumirá o Governo em 2 de abril de 2026, isso todo mundo sabe. Que Walter não quer disputar o Governo para priorizar o MDB em 2026, isso também é sabido. E que ele e Ezequiel Ferreira estão montando, com régua e compasso, a nominata do MDB para deputado federal e estadual, também não é novidade.
O fato novo sobre Walter é a dificuldade que o MDB está enfrentando para executar o planejado. Começando pela chapa de deputado estadual, Walter e Ezequiel convenceram vários parlamentares a se filiarem ao MDB: Ubaldo Fernandes, Dr. Bernardo, Hermano Morais, Eudiane Macedo, Galeno Torquato, Nélter Queiroz e Kléber Rodrigues.
A partir de abril do ano que vem, após a janela partidária, o MDB deverá contar com oito deputados estaduais, tornando-se a maior bancada da Assembleia Legislativa. O partido já dá como certa a saída de Adjuto Dias, que deve acompanhar o pai, o ex-prefeito Álvaro Dias, rumo ao PL.
O que está em curso é a repetição da fórmula aplicada por Ezequiel no PSDB em 2022, quando formou um chapão com doze deputados estaduais de mandato, dos quais nove se elegeram.
O problema agora é que o chapão do MDB, com nove deputados, está com dificuldade de encontrar sua esteira. Essa, justamente, foi a promessa feita por Waltinho e Ezequiel aos novos filiados: atrair para a nominata nomes sem mandato, mas com bom potencial de votos, formando uma esteira forte que assegure a reeleição de quase todos.
A dificuldade é que os nomes sem mandato e com potencial estão fugindo de partidos como o MDB. O excesso de “tubarões” na chapa afasta os “peixes medianos”, que sabem que não terão espaço nesse cardume. Quem tem alguma chance de se eleger busca partidos onde todos tenham tamanho semelhante.
O acordo de filiação dos deputados ao MDB depende do cumprimento do que foi prometido. Como disse o deputado Ubaldo Fernandes no dia em que anunciou sua futura filiação ao partido: “se cumprirem, estamos dentro; se não cumprirem, veremos”.