Mortes no Rio de Janeiro, prisão de Bolsonaro: a direita e a esquerda se estapeiam, a terceira via silencia

Vira e mexe, estou aqui escrevendo sobre a polarização no Brasil e suas consequências eleitorais em 2026. Não pretendo cansar o leitor retornando sempre ao mesmo tema, mas os fatos que vêm ocorrendo me estimulam a escrever, pois exigem análise.

Vamos a um desses fatos: a operação policial que terminou com 121 mortes nos morros do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A direita aplaudiu a ação policial; a esquerda classificou como chacina; e a terceira via fingiu que nada viu.

Outro exemplo: a iminente prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, após condenação por tentativa de golpe de Estado. A direita considera uma injustiça, afirma que nunca houve golpe e condena a prisão de velhinhas com a Bíblia na mão no 8 de janeiro. A esquerda, por sua vez, defende as condenações, torce para ver Bolsonaro cumprindo pena na Papuda e quer ver os militares envolvidos presos em penitenciárias comuns.

E a terceira via? Fecha os olhos, finge que não viu, não sabe, não opina, como se o assunto não fosse com ela. Quer ver um representante da terceira via em apuros? Pergunte o que ele acha da condenação de Bolsonaro e se houve ou não tentativa de golpe no Brasil.

Meu objetivo com essas considerações é abrir o debate sobre quem deve lucrar mais nas eleições de 2026 com a visível polarização do país. Basta abrir o WhatsApp: nos grupos da família, do trabalho, do futebol, lá está a polarização — postagens contra e a favor, discussões acaloradas, até brigas. Essa é a realidade.

No meio desse processo, a terceira via se mostra alheia, isenta, tentando retirar esse foco do debate. Vai conseguir?

É como um ringue onde três lutadores dividem o espaço. Dois se engalfinham, trocam socos e chutes; o terceiro permanece ao lado, hesitando em entrar na briga direta.

Para quem o público estará olhando? Em quem apostará? Por quem torcerá? Eis a questão.

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