Controle do Republicanos em jogo: a estratégia silenciosa de Rogério e Álvaro

Os analistas políticos que acompanham o dia a dia dos movimentos para 2026 certamente ficaram atônitos quando o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, declarou na semana passada que estava muito bem no Republicanos e colocou em dúvida sua ida para o Partido Liberal. A surpresa foi maior porque, semanas antes, ele havia afirmado que sua filiação ao PL já estava acertada. Naturalmente surgiram questionamentos: algo mudou? Por que esse recuo?

Também me surpreendi com essa mudança de sinal, mas precisei revisitar algumas peças do jogo de xadrez que esse grupo político está jogando para entender o sentido do movimento. Na conversa entre Rogério e Álvaro, ocorrida em outubro — quando selaram o alinhamento para 2026 — Rogério deixou claro que o PL, por orientação nacional, não abriria mão de apresentar um nome ao Senado no Rio Grande do Norte. Foi nesse contexto que Álvaro concordou em migrar do Republicanos para o PL.

Mas então, por que agora Álvaro sinalizou a possibilidade de permanecer no Republicanos? A resposta está em um ajuste estratégico entre ele e Rogério. Ambos avaliaram que havia um risco real de perder o controle do Republicanos caso Álvaro deixasse a sigla de imediato. Como se trata de um partido robusto, com muitos deputados e senadores, bom tempo de rádio e TV e um fundo eleitoral considerável, seria um erro estratégico permitir que o partido ficasse ao deus-dará e fosse capturado por outro grupo.

A solução encontrada foi simples: Álvaro deve permanecer no Republicanos até abril do próximo ano, garantindo o comando da sigla enquanto buscam uma alternativa que impeça que ela caia nas mãos de algum “intruso”. Assim, o acordo continua de pé: Álvaro se filiará ao PL, mas somente no último dia do prazo. Até lá, sua missão é segurar o controle do Republicanos.

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