Ruído político, balão de ensaio ou realidade? A verdade por trás da possível desistência de Walter Alves

A discussão em Natal hoje gira em torno de saber se Walter Alves vai ou não assumir o Governo em abril do próximo ano. A turma ouriçada já cravou que Walter, que teria desistido de disputar a reeleição, também desistiria de sentar na cadeira.

Escrevi aqui, há dois dias, que essa notícia parece uma conta que não bate, uma equação sem nexo. Meu ponto de argumentação é que falta sentido a essa informação. E só mudo minha opinião se Walter Alves der uma declaração dizendo que pode não assumir o Governo.

Vamos aos fatos:
Walter Alves foi a Brasília para uma reunião com o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi. Segundo quem propaga que o vice-governador pode não assumir o Governo, a pauta teria sido Waltinho comunicar a Baleia Rossi que, devido às atuais finanças do Estado, não seria mais interessante assumir esse abacaxi.

Mas, por outro lado, vejamos a pauta real da conversa entre Waltinho e Baleia, divulgada em vídeo pelo próprio vice-governador: a PEC 66, que suaviza o pagamento dos precatórios pelos Estados e municípios; investimentos para o RN por parte dos Ministérios das Cidades e dos Transportes; recursos para o Minha Casa, Minha Vida; e a duplicação da BR-304.

Não me parece uma pauta de quem esteja pensando em não assumir o Governo; pelo contrário, é pauta de futuro governador.

Além disso, há a questão de fundo: as sucessivas declarações de Walter Alves de que seu projeto é assumir o Governo e exercer um papel político de reorganizar seu partido para ter destaque nas eleições de 2026. Sentar na cadeira de governador é condição essencial para que esse projeto se viabilize. Desistir do Governo e sair candidato a deputado estadual seria caminhar na direção oposta.

Parece-me que o noticiário está mais a serviço da construção de uma imagem de que o RN está destroçado do que propriamente de uma análise político-administrativa consistente.

Vejam bem: não estou dizendo que é mentira que as finanças do RN estejam desequilibradas, ou que Waltinho não possa desistir de assumir o Governo. O meu argumento é que, da forma como a notícia está sendo vendida, a fatura não tem fundamentos lógicos.

Para esclarecer tudo isso, resta aguardar. O vice-governador tem a palavra.

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