Quem acompanha com atenção as pesquisas divulgadas no Rio Grande do Norte — como este blog faz — percebe um ponto interessante de análise: o senador Rogério Marinho atravessou todo o ano de 2025 sem conseguir superar a barreira do voto bolsonarista.
Basta lembrar que, em 2022, no segundo turno, Jair Bolsonaro obteve 34,9% dos votos no RN. Ao cruzar esse dado com as intenções de voto de Rogério nas últimas cinco pesquisas divulgadas no Estado — Consult (28%), TSdois (20%), Datavero (20%), Sensatus (22%) e Exatus (25%) — o desenho fica claro.
Alguns avaliam que não há motivo para preocupação, imaginando que é natural que Rogério não tenha alcançado a marca de Bolsonaro no ano pré-eleitoral e que, em 2026, esse limite será ultrapassado. O próprio Rogério enxerga o copo meio cheio e afirma ter hoje muito mais intenções de voto do que tinha em 2022, quando iniciou a pré-campanha ao Senado.
Por outro lado, seus opositores entendem que o fato de atravessar um ano inteiro, com dezenas de pesquisas divulgadas, sem romper a barreira dos 30 pontos indica um teto baixo para sua candidatura.
Minha análise é que existem verdades e equívocos dos dois lados. Rogério está certo ao apontar que inicia 2026 em uma posição muito melhor do que começou 2022. E ter hoje uma média de 24% das intenções de voto não é algo desprezível; com esse desempenho, é provável que alcance o segundo turno.
Contudo, a eleição do próximo ano tem características muito distintas das de 2022. A disputa pelo Governo colocará adversários de prateleiras mais altas diante de Rogério. E, se em 2022 ele se beneficiou do voto “FARINHO” (Fátima + Marinho), esse cenário agora não se repete.
Também considero que a dificuldade de Rogério em furar a bolha bolsonarista no RN é um sinal importante sobre seus limites de crescimento. A polarização certamente o beneficia, mas é justamente nela que mora o risco: o mito vem perdendo por dois a um sistematicamente no Estado.





