Em um momento em que todos os partidos políticos do RN estão concentrados em organizar suas nominatas de deputado federal e estadual, uma questão em particular tem atrapalhado a tarefa: as chamadas “esteiras”.
No meio político, “esteira” é o grupo de candidatos sem expectativa de eleição, cuja missão é apenas somar votos para fortalecer a nominata e ajudar a eleger os nomes mais competitivos da legenda.
E, nesse ponto, o União Brasil e o PP — que se uniram em uma federação e atuam como se fossem um único partido — enfrentam enormes dificuldades. Os caciques simplesmente não conseguem encontrar interessados em serem esteiras nesse agrupamento.
A razão é simples. O UB e o PP buscam nomes com potencial mediano, entre 20 e 40 mil votos, mas esse segmento tem fugido quilômetros dessa nominata.
Explico: os candidatos considerados medianos são aqueles que nutrem alguma chance de vitória e fazem planos reais de obter êxito. Porém, na nominata do União Brasil e do PP, esse sonho é inexistente — a esperança evapora.
A chapa conta com os pré-candidatos João Maia, Benes Leocádio, Robinson Faria e Nina Souza, todos com potencial de superar a marca de 100 mil votos. O plano da cúpula é eleger quatro deputados. Os analistas políticos projetam que devem fazer três, no máximo.
Diante desse cenário, a turma da esteira com algum potencial não quer entrar nessa disputa nem em sonho. Não por acaso, na última reunião da federação sobre a formação da nominata, cada um dos pré-candidatos saiu com a missão de encontrar um nome mediano para compor a esteira. A tarefa, porém, tem sido quase impossível. No máximo, deve aparecer apenas “arraia miúda” para completar o time.
A falta de esteiras pode levar Nina Souza a procurar outro partido, possivelmente o PL. Essa situação ainda não está definida, embora Paulinho Freire tenha garantido, na última reunião de cúpula do União Brasil, que Nina permanece onde está.
O problema é que, até o momento, uma nominata que pode ter até nove nomes conta apenas com quatro.




