A entrevista de Paulinho Freire, sugerindo uma chapa com Allyson, Styvenson e Álvaro, sem Rogério e sem Zenaide, causou estranhamento à primeira vista. Mas trata-se de um movimento estratégico articulado com Rogério Marinho para testar a disposição de Allyson em abrir mão de Zenaide. O objetivo é viabilizar uma chapa única da oposição. A resposta de Allyson será decisiva para o avanço das conversas.
Com a renúncia de Fátima Bezerra marcada para março de 2026, PT e MDB iniciam, nos bastidores, o planejamento da transição. O MDB busca ampliar sua participação no governo antes mesmo da posse de Walter Alves. A proposta é construir um cronograma com trocas graduais em secretarias, sem ruídos públicos. O desafio será manter o equilíbrio entre os aliados.
Ao lançar a esposa como pré-candidata e se aliar a José Agripino, Allyson Bezerra contradiz o discurso que o consagrou como renovador da política. Ele, que dizia combater oligarquias e a política familiar, agora adota práticas que antes condenava. As portas que prometia manter fechadas estão se abrindo — uma a uma. Só falta abandonar o discurso de “menino pobrezinho”.
A pesquisa Sensatus no Alto Oeste Potiguar mostra Cadu Xavier com 33%, encostando em Allyson Bezerra e ultrapassando Rogério Marinho. O desempenho de Cadu cresce fortemente quando seu nome é vinculado ao de Lula e Fátima. A aprovação dos dois líderes petistas na região é alta. Subestimar o potencial de Cadu pode custar caro à oposição.
Pesquisa Quaest mostra reprovação majoritária ao Governo Lula, Congresso Nacional e STF. A aprovação gira entre 41% e 43% para os três, refletindo um país dividido. Lula tem a maior rejeição (53%), seguido por Congresso (51%) e STF (48%). A novidade é a recuperação do governo: a diferença entre aprovação e desaprovação caiu de 17 para 10 pontos. Os dados refletem a persistente polarização política brasileira.
Romeu Zema entrou na disputa presidencial de 2026, ampliando o leque de candidatos oposicionistas, o que aumenta a chance de segundo turno. Os nomes mais fortes na oposição são Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. A escolha de Jair Bolsonaro será decisiva, já que apenas um dos dois receberá seu apoio. Eduardo Bolsonaro está praticamente fora do jogo. Mesmo sob risco de prisão, Bolsonaro deve ungir seu candidato.

SOBRE NETO QUEIROZ

SOBRE O BLOG