Eleições 2026 no RN: petistas veem terceira via morta e confiam num Fla-Flu ideológico

A governadora Fátima Bezerra e o secretário-chefe da Casa Civil, Raimundo Alves — principal articulador político de Fátima — têm insistido na tecla de que não haverá terceira via no Rio Grande do Norte. Fátima reforçou essa ideia durante entrevista à jornalista Ana Ruth. Ela demonstrou uma crença absoluta de que só existirão dois palanques: o dos progressistas e democráticos, e o outro, que ela classifica como fascista e antidemocrático.

É evidente que, ao dizer isso, Fátima está afirmando que o palanque “democrático”, “limpinho” e “top” é o que ela própria está formando. E que, do outro lado — não importa de onde venha ou quem esteja — estarão os antidemocráticos e fascistas. Os “maus”.

A ideia é delimitar nitidamente dois campos: o palanque dos bons e o dos maus. Também fica claro que, ideologicamente, haverá apenas duas bandeiras sendo defendidas: a de quem apoia a democracia e a de quem quer dar um golpe de Estado.

Percebo também que, nas falas de Fátima e Raimundo, há a tentativa de desconsiderar qualquer divisão dentro da oposição e de taxar todos com a mesma moeda. Venham com um, dois ou até três palanques — todos estarão, segundo essa narrativa, do lado oposto ao palanque do “bem”, ou seja, todos serão defensores do mesmo “mal”.

Essa questão nos leva a outra discussão: qual polarização vai prevalecer em 2026? A narrativa do bem contra o mal está no centro de um debate que movimenta duas torcidas: bolsonaristas e petistas vêm empinando suas bandeiras desde 2018. Nas redes sociais, nos grupos de família, trabalho ou escola, o debate é sempre o mesmo: bem contra mal.

Qualquer tentativa de discutir temas como saúde, educação, emprego e desenvolvimento se torna em vão, pois o que prevalece é a briga ideológica, centrada numa pauta de costumes.

Qual será, de fato, a pauta que mobilizará o eleitor?

Aqui do meu canto, já tenho uma opinião sobre isso. A preço de hoje, observando as redes sociais, a pauta dos costumes ainda é a que prevalece.

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