Dando continuidade à avaliação de quem ganhou e quem perdeu, nesse primeiro semestre de 2025, na corrida eleitoral de 2026 no Rio Grande do Norte, vou analisar agora a situação do senador Rogério Marinho e o palanque do Partido Liberal e seus aliados, que foi, sem dúvidas, o grupo que mais cedo montou um projeto de conquista do poder.
Rogério começou a trabalhar sua candidatura ao Governo no mesmo momento em que articulava a eleição de prefeitos e vereadores nos municípios no pleito de 2024, tocando o projeto do PL no Estado. Assumiu o partido, afastou João Maia, trouxe novas lideranças, costurou apoios e mostrou ao Estado que estava vindo com uma estrutura consistente para vencer o Governo em 2026.
E foi assim que Rogério iniciou 2025.
E foi assim também que vimos um projeto que começou forte se esfarelar, sem que ninguém soubesse exatamente como isso aconteceu. Do candidatíssimo em janeiro — com potencial até para arrastar com ele o União Brasil, deixando Allyson Bezerra sem um partido para chamar de seu, contando com um leque de prefeituras, sendo o PL o partido mais abastecido de fundos partidários e eleitorais —, Rogério se transformou no símbolo da dúvida: ser ou não ser.
Supostamente, ele teria recebido uma promessa do ex-presidente Jair Bolsonaro de integrá-lo à chapa presidencial. O plano A virou plano B. Rogério voltou seus olhos para o cenário nacional e todos os seus aliados perceberam a mudança de rota. Desconfiados, trataram de buscar novos caminhos.
Na política, não existe espaço vazio. Quando alguém desocupa um lugar, outro vem e o ocupa. Rogério deu sinais claros de que havia deixado o espaço vazio. O que vimos ao longo do primeiro semestre de 2025 foi um Rogério Marinho fazendo esforço hercúleo para manter um pé no projeto nacional e outro no estadual.
A dúvida persistiu. Somente com a vinda de Bolsonaro ao RN, declarando que Rogério seria seu candidato a governador, que uma pequena chama de crença voltou a se acender no horizonte.
O primeiro semestre de Rogério foi muito ruim. Termina sem que nem mesmo seus aliados saibam, com certeza, a qual cargo ele será candidato.
Nesse meio tempo, até seu aliado mais valioso, o senador Styvenson Valentim, ficou perdido no vai e vem. A ponto de declarar que, se Rogério não for candidato, ele mesmo disputaria o Governo. A ponto de, nas últimas semanas, Styvenson tocar um projeto na base do “eu sozinho”, deixado que foi à margem do caminho por seu antigo aliado de confiança.
Por tudo isso, avalio que, no primeiro semestre de 2025, Rogério caminhou para trás. Chega ao fim de junho menos candidato do que era em dezembro do ano passado. Nas pesquisas, oscilou entre segundo e terceiro lugar, disputando com Álvaro Dias, e distante dos números alcançados por Allyson Bezerra.
Rogério ainda deve ser visto como um nome forte, com estrutura partidária sólida. No entanto, o retrocesso nos últimos seis meses é evidente. Um semestre para esquecer. O pior seria continuar nesse dilema existencial, tornando irreversível o revés acumulado.