Fim de ano calmo? Dois movimentos podem causar reviravolta no jogo político no RN

Quando todos imaginavam que o fim de ano na política potiguar seria tranquilo, com o clima natalino e de Ano-Novo tomando conta e as grandes definições ficando para 2026, dois fatos surgiram com potencial para provocar uma verdadeira reviravolta nas eleições do próximo ano.

O primeiro é a possibilidade concreta de o vice-governador Walter Alves não assumir o Governo do Estado, o que pode levar a governadora Fátima Bezerra a rever a decisão de renunciar ao cargo. O segundo é a informação, vinda de diversas fontes, de que o senador Rogério Marinho estaria inclinado a aceitar um convite para coordenar nacionalmente uma campanha presidencial, abrindo mão da disputa pelo governo do RN.

Comecemos pelo primeiro ponto: o conflito entre Fátima e Walter. Esse embate tem força suficiente para virar de cabeça para baixo os planos do campo governista para 2026. Caso Walter Alves decida não assumir o governo, restam a Fátima duas alternativas: renunciar mesmo assim e entregar o comando do Estado à oposição ou permanecer no cargo para evitar um colapso político ainda maior.

Uma coisa é certa: se Fátima renunciar, mesmo sem Walter assumir, a chance de alguém ligado ao governismo ser eleito de forma indireta para um mandato tampão é praticamente nula. De uma forma ou de outra, a caneta cairá nas mãos da oposição.

E é justamente aí que reside o grande problema para o PT. Com a oposição comandando o governo durante o processo eleitoral, todas as candidaturas do campo da esquerda passariam a ser alvo direto da nova correlação de forças, seja pela exposição negativa das finanças do Estado, seja pela perda da estrutura administrativa.

O segundo evento envolve Rogério Marinho e a possibilidade, hoje bastante ampliada, de ele desistir da candidatura ao governo. Em conversas com pessoas próximas ao senador e com acesso às decisões internas, a avaliação é de que a chance de Rogério não disputar o Executivo estadual é significativa.

Segundo essas fontes, neste momento Rogério não pode anunciar a desistência, pois há negociações em curso em Brasília. O que já estaria pacificado, porém, entre Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Valdemar Costa Neto é que, independentemente de quem seja o candidato à Presidência pelo bolsonarismo, o coordenador-geral da campanha será Rogério Marinho.

Enquanto essa definição não se consolida, Rogério precisa sustentar sua pré-candidatura no Rio Grande do Norte, mesmo com chances reduzidas de levá-la adiante. Internamente, inclusive, já se discute que o nome para a disputa ao governo será o ex-prefeito Álvaro Dias.

Como se vê, para quem apostava que as festas de fim de ano trariam tempos amenos à política potiguar, a realidade mostra o oposto: movimentos decisivos já estão em curso e podem alterar profundamente o cenário eleitoral de 2026.


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