Tenho acompanhado, com diversas análises, os entendimentos para a formação de uma aliança política entre a governadora Fátima Bezerra e a senadora Zenaide Maia, visando a criação de uma dobradinha para a disputa das duas vagas do RN no Senado, que serão renovadas na eleição de 2026.
Nas últimas análises que fiz sobre o assunto, alertei sobre um novo cálculo político que o PT estaria realizando a respeito dessa aliança, entendendo que, no final das contas, pode não ser uma estratégia tão interessante. Principalmente porque as pesquisas indicam uma situação confortável de Styvenson Valentim na corrida ao Senado, restando uma briga direta entre Fátima e Zenaide pela segunda vaga.
Mais recentemente, abordei um processo combinado de fritura de Zenaide, tanto por parte do governismo quanto da oposição, numa tentativa de isolar a senadora. Alertei para que Zenaide abrisse o olho.
Agora, estou identificando um novo movimento do PT que corrobora o que venho alertando.
Em entrevista nesta terça-feira à Rádio Cidade, o líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT, fez uma cobrança pública para que Zenaide dê algum gesto que indique uma aliança com a governadora.
Mesmo sem o acordo político ter sido formalizado e sem Zenaide confirmar que fará dobradinha com Fátima, Francisco do PT afirmou: “A senadora Zenaide é um grande quadro, mas a aliança só se sustenta se for construída coletivamente. E, neste momento, há uma dificuldade real de diálogo político entre o prefeito de Mossoró e o nosso partido.”
Ainda segundo o deputado, até agora não houve nenhum gesto da senadora em relação à aproximação com o PT. Ele cobrou uma atitude dela, dizendo que alianças só se constroem se forem recíprocas e coletivas.
Ao cobrar reciprocidade política da parte de Zenaide, o líder do PT na Assembleia está tornando pública uma queixa: a senadora não estaria demonstrando, com gestos políticos, a existência de uma aliança.
Considerando que cada palavra e cada gesto no jogo político tem um significado, a insatisfação demonstrada pelo deputado petista pode ser um sinal de que o vento está mudando.
