Outro dia, ouvi um comentarista político, em uma emissora de rádio de Natal, afirmando que ainda há no Poder Judiciário várias ações judiciais que podem mudar o rumo das eleições de 2026. Com certo alarmismo, o comentarista dizia que o “caldeirão ainda vai ferver” para gente que hoje figura como pré-candidata ao Governo do Estado.
Vamos analisar essa situação. É de conhecimento público que existe uma investigação, no âmbito do Ministério Público Federal, sobre denúncias de que o prefeito Allyson Bezerra teria contratado empresas para obras públicas sem a devida licitação, além da possível cobrança de propinas nessas obras.
Também tramita na Justiça uma ação que trata de suposto abuso de poder econômico na eleição em Natal. Nessa ação, figuram como acusados o ex-prefeito Álvaro Dias, o atual prefeito Paulinho Freire, entre outros.
Nesse contexto, entre os pré-candidatos ao Governo do Estado, Allyson e Álvaro seriam os nomes com potencial risco jurídico que poderia atrapalhar suas candidaturas.
Minha análise é a de que a situação de Allyson parece bem menos complicada. O que há, por ora, é uma investigação preliminar baseada em denúncia anônima. Mesmo que surjam indícios de crime, isso apenas iniciaria uma nova fase, com abertura formal de inquérito, eventual denúncia e, só então, um processo judicial. Muito improvável que esse trâmite ocorra de forma célere a ponto de gerar um julgamento antes da eleição.
Já o caso de Álvaro Dias é bem diferente. A ação está em andamento, o processo aparenta ser robusto, com vasta documentação anexada. Pelo que se observa, está próximo da conclusão da fase de instrução e pode ter julgamento em breve. Caso haja condenação ou absolvição, o processo certamente será levado aos tribunais superiores antes da eleição.
Portanto, salvo algum fato novo, pelas questões hoje conhecidas, Allyson não deve ter maiores preocupações jurídicas, enquanto Álvaro enfrenta uma situação mais delicada e com potencial impacto direto em seu projeto político.