O ato na Avenida Paulista deixou claro: Rogério Marinho quer ser presidente da República

Assisti a uma fala do senador Rogério Marinho neste final de semana, nas redes sociais, em que ele afirma que Jair Bolsonaro é o plano A, o plano B e o plano C para disputar a presidência da República em 2026. E que, caso Bolsonaro, por algum motivo, não possa ser o candidato, caberá então a ele próprio determinar quem será seu sucessor político.

Hoje, no Brasil, apenas duas pessoas falam dessa forma: Rogério e o próprio Bolsonaro.

Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, tem dito que o candidato é Bolsonaro, mas não menciona uma palavra sequer sobre a prerrogativa do ex-presidente de indicar seu sucessor. Tarcísio sabe que, em entrevistas recentes, Bolsonaro deixou claro que o governador de São Paulo não será seu ungido. “Tarcísio ainda é inexperiente”, tem dito Bolsonaro.

Nem Tarcísio, nem Nikolas, nem Caiado, nem Marçal — ninguém está dizendo que caberá a Bolsonaro indicar seu sucessor.

Fora da família Bolsonaro, apenas Rogério Marinho adota esse discurso. E o faz de modo calculado. O fiel escudeiro, a fidelidade canina — todo o discurso de Rogério sobre 2026 soa como música aos ouvidos de Jair.

Observando a participação de Rogério Marinho na manifestação deste domingo, na Avenida Paulista, em São Paulo, percebe-se que há ali um plano em execução. Rogério chegou cedo à Paulista, perambulou entre as pessoas, tirou fotos, fez vídeos. E, em seu discurso, uma louvação ao grande líder, uma exaltação àquele que ele intitula como o maior presidente da história. Rogério não economiza nos elogios.

É tudo bem calculado. Quem conhece Rogério sabe o que ele tem em mente. A fidelidade, a louvação, o discurso — tudo se encaixa no projeto de ser o nome que Bolsonaro indicará como sucessor na corrida presidencial.

Rogério sabe que Bolsonaro está inelegível. Sabe também que há ciúmes do ex-presidente em relação a Tarcísio, sabe das rixas com Marçal e com Caiado. Sabe, ainda, que dificilmente o establishment permitirá que o candidato seja um filho de Bolsonaro — tampouco a esposa.

Resta quem, então? O fiel escudeiro. O de melhor fala. O que melhor representa. Esse é o plano.

A viabilidade eleitoral? Isso ficará para outro momento.

Está explicado, então, por que Rogério Marinho virou as costas para uma candidatura ao governo do estado. Ele quer ser presidente da República.

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