O movimento dos três mosqueteiros — que, na verdade, eram quatro personagens na história de Alexandre Dumas — vive seus últimos capítulos na política potiguar. Rafael Motta, Kelps Lima, Carlos Eduardo Alves e Abraão Lincoln, que resolveram se unir na base do “juntos somos mais fortes” para montar uma nominata para a Câmara dos Deputados, agora se deram conta de que o nó é bem mais difícil de desatar.
Inicialmente, imaginaram uma produção independente: só ovelhas do mesmo curral. Depois, foram em busca de novo abrigo. Conversaram com o MDB de Walter e Ezequiel, com a turma da Federação União Progressista, sondaram o PSD de Zenaide, bateram à porta do Republicanos de Álvaro — e não encontraram aprisco que os comportasse.
Diante disso, os mosqueteiros decidiram cada um seguir por conta e risco. Kelps foi conversar com o União Brasil. Rafael Motta buscou sombra no PP de João Maia. Carlos Eduardo entabulou um acordo com o PCdoB para integrar a chapa da federação liderada pelo PT. E Abraão Lincoln? Bom, desse não se tem mais notícias.
Faz tempo que este blog apresenta cálculos, contas e projeções de que somente quatro nominatas disputarão as oito vagas de deputado federal pelo RN: o MDB, o PL, a Federação PT-PCdoB-PV e a federação PP-União Brasil.
Kelps e Rafael estavam mais animados com a federação PP-União Brasil, mas a empolgação arrefeceu quando a vereadora Nina Souza confirmou que será candidata a deputada federal pela mesma chapa. Pela conta que eles fazem, a federação pode eleger até quatro deputados — mas a nominata está recheada de peixes graúdos, difíceis de superar.
Quem faz uma conta mais otimista é Carlos Eduardo. Ele projeta que a federação encabeçada pelo PT pode conquistar uma terceira vaga. Em 2022, o partido só não elegeu um terceiro nome porque nenhum candidato atingiu o mínimo de votos exigido. Por essa lógica, há viabilidade para sua candidatura.
O fato político do momento é que o grupo dos chamados “independentes” já não existe mais. A realidade caiu sobre eles como uma pedra.