O senador Rogério Marinho vive um dilema político significativo. Ele vem sendo fortemente pressionado por Flávio Bolsonaro para assumir, desde já, a coordenação geral da campanha presidencial. O ex-presidente Jair Bolsonaro encarregou o filho de comunicar a Rogério que conta com ele para essa missão. Valdemar Costa Neto também formalizou o convite em nome do PL.
As pesquisas divulgadas nos últimos dias, especialmente a da Quaest, divulgada ontem, reforçaram esse cenário. O levantamento mostrou Flávio Bolsonaro na segunda colocação em todos os cenários testados, bem à frente de nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior. O resultado praticamente consolidou a pré-candidatura do “01” de Bolsonaro. Segundo a mídia nacional, Flávio conquistou o argumento que ainda lhe faltava: tornou-se o nome mais forte com identidade bolsonarista.
O dilema de Rogério está no risco embutido nessa candidatura. A elevada rejeição de Flávio pode sinalizar dificuldades para derrotar o presidente Lula, o que poderia deixar fragilizados todos que embarcarem no projeto. Por outro lado, caso Rogério recuse a tarefa, outro nome será escolhido para a coordenação, o que reduziria seu espaço no cenário nacional e a influência que poderia exercer, especialmente na distribuição dos Fundos Partidário e Eleitoral.
Ao mesmo tempo, há uma forte pressão interna para que Rogério mantenha sua pré-candidatura ao Governo do Estado. Integrantes das nominatas do PL, tanto para deputado federal quanto estadual, avaliam que, sem ele encabeçando a chapa majoritária, as nominatas ficariam enfraquecidas e mais vulneráveis eleitoralmente.
Por enquanto, o senador tem afirmado que é possível conciliar as duas frentes: colaborar com Flávio Bolsonaro na coordenação inicial da pré-candidatura presidencial e, simultaneamente, manter-se como pré-candidato ao Governo. A estratégia é prolongar essa indefinição pelo menos até a segunda quinzena de janeiro, quando deverá anunciar uma decisão definitiva.
Esse prazo é considerado estratégico por Rogério, que acredita que, até lá, o cenário nacional estará mais claro. Aos que duvidavam da viabilidade da candidatura de Flávio, ele tem dito a interlocutores que o quadro mudou significativamente após a divulgação das pesquisas.
Pessoas próximas ao senador relatam que Rogério demonstra maior entusiasmo com o cenário nacional e com o protagonismo que teria como coordenador de uma campanha presidencial. Ao mesmo tempo, ele reconhece que concentrar-se apenas na disputa estadual poderia reduzir essa projeção e limitar sua influência no plano nacional.





