O senador Rogério Marinho cometeu ontem uma pisada de bola gigantesca e forneceu munição de grosso calibre para que a mídia e o PT desferissem uma “voadora nos peitos” do movimento de oposição que o Centrão e o bolsonarismo promovem em Brasília contra o STF.
Rogério declarou que a prioridade agora é votar a anistia (de Bolsonaro) e que só depois o Congresso trataria das questões de interesse do Brasil: “Queremos a votação da anistia até para que possamos tratar de assuntos que interessam ao Brasil.”
A frase circulou rapidamente pelas redações e gabinetes políticos. O deslize de Rogério serviu como prato cheio para os governistas, que já vinham acusando os bolsonaristas de não pensarem no país e de estarem obstruindo os trabalhos do Congresso, impedindo a votação de matérias importantes para a população, como a isenção do imposto de renda.
Nos programas de debate da TV, nos comentários, artigos de jornal e portais de notícia, a declaração de Rogério escancarou a real intenção de proteger Bolsonaro. E quando se soma isso ao plano do Centrão de acabar com o foro privilegiado — medida que tiraria do STF dezenas de ações por corrupção ligadas às emendas secretas —, fica evidente para o Brasil o que realmente está acontecendo.
O entendimento geral é que, para esse grupo, a prioridade é usar as instituições, legislar e tramar acordos que beneficiem politicamente seus aliados. Só depois, em segundo plano, é que se pensa no país. Os “patriotas” cometeram uma gafe das grandes.