O deputado Fernando Mineiro (PT) fez uma cobrança pública à senadora Zenaide Maia, sugerindo que ela precisa dar sinais claros de que pretende consolidar a aliança política entre PT e PSD no Rio Grande do Norte. “Eu não tenho visto a senadora dizer que estará conosco”, insinuou Mineiro, demonstrando insatisfação com o silêncio de Zenaide.
Mineiro não foi o único a expressar incômodo. O pré-candidato ao governo, Cadu Xavier, ao comentar a possível aliança com Zenaide, ressaltou que o partido possui outras opções para formar a dobradinha ao Senado com Fátima Bezerra. Sem citar nomes, Cadu deixou claro que o PT não está refém de Zenaide nem do PSD.
Antes deles, o líder do PT na Assembleia Legislativa, Francisco do PT, também havia afirmado que Zenaide precisa se posicionar em favor do palanque governista. O deputado reclamou da ausência de declarações públicas da senadora nesse sentido.
Essas manifestações não ocorreram isoladamente. Elas surgem após a articulação de uma chapa idealizada por Jaime Calado — esposo de Zenaide — com Allyson Bezerra para o governo, um vice do MDB, e Zenaide e Fátima concorrendo ao Senado.
O PT enxerga nessa movimentação sinais de que Zenaide prefere caminhar ao lado de Allyson, o que motivou as cobranças por um posicionamento mais claro em apoio ao governo. O partido já deixou evidente que não cogita integrar uma chapa com Allyson.
Há ainda outro fator por trás das cobranças: nas projeções internas do PT, Fátima e Zenaide podem disputar diretamente a segunda vaga do Senado. A avaliação é que, numa dobradinha, Zenaide se beneficiaria mais, pois conquistaria votos tanto da esquerda quanto de parte do centro-direita — uma fatia onde Fátima tem menor alcance.
Diante desse cenário, a pressão por um posicionamento mais firme de Zenaide busca antecipar definições, dando tempo ao PT de reorganizar sua estratégia caso a aliança com o PSD não se concretize.
