Quando a coerência do novo Styvenson vira contradição com o velho Styvenson

A cada dia fico mais perplexo com os atos do senador Styvenson Valentim. Ele parece não ter limites na capacidade de surpreender.

Foi revelado que o senador conseguiu nomear sua namorada para um cargo no Senado com salário de R$ 16 mil e, alguns meses depois, transferi-la para outro cargo na Prefeitura de Natal, com remuneração quase equivalente.

Nenhum problema, da minha parte.

Mas esse é o mesmo Styvenson que sempre foi contra o uso das estruturas de poder por políticos para nomear parentes em cargos públicos.

Quando publicou nas redes sociais que era terminantemente contra o aumento no número de deputados na Câmara, alegando que isso significaria mais despesas, muitos o aplaudiram. No entanto, na semana seguinte, votou a favor da proposta. Questionado sobre a contradição, respondeu que o fez “por coerência”.

Coerência com o quê? Com sua mudança de postura. Agora temos o novo Styvenson — aquele que utiliza a estrutura do Senado e usufrui das regalias que o cargo oferece. Por coerência com esse novo personagem, ele não vê problema algum em dizer uma coisa e fazer outra.

Se perguntassem por que usou sua influência para garantir um bom emprego à namorada, é provável que Styvenson voltasse a responder: “por coerência”.

O problema é que, nesse novo papel, o senador parece não enxergar mais conflito em beneficiar os seus com as benesses do poder. Resta saber se, de coerência em coerência, ainda resta alguma para prestar contas aos eleitores que o elegeram em 2018, acreditando no velho Styvenson.

Compartilhe agora:

MAIS POSTS