Sem acreditar em união da oposição, João Maia projeta três palanques e disputa entre Zenaide e Fátima

A entrevista do deputado federal João Maia revelou bem mais do que o que foi dito diretamente. É preciso lembrar que João é reconhecido como um dos grandes conhecedores da política potiguar. Um estrategista por natureza, ele fala com a experiência de quem lê o tabuleiro com precisão. Vamos, então, analisar o que houve de mais relevante em suas declarações.

Primeiro, sobre a união da oposição. João declarou que, neste momento, enxerga três palanques se formando e que dificilmente haverá junção entre os dois principais palanques de oposição. Para ele, essa união só seria possível em um eventual segundo turno. Ou seja, o que João revelou é exatamente o que este blog vem afirmando há bastante tempo: o retrato atual é de três palanques distintos, e a tão falada união é, por enquanto, apenas um discurso de boa intenção.

João Maia também falou sobre a situação da senadora Zenaide Maia. Disse que ela disputará diretamente com a governadora Fátima Bezerra a segunda vaga ao Senado, considerando que a reeleição de Styvenson Valentim parece provável. Nessa configuração, Zenaide enfrentará uma disputa difícil, pois terá que superar Fátima, que sempre obteve performances eleitorais expressivas. A disputa direta entre Fátima e Zenaide vem sendo citada neste blog há semanas.

Sobre Álvaro Dias, João avaliou que o ex-prefeito de Natal precisa, antes de tudo, definir de qual grupo político faz parte. De fato, Álvaro tornou-se uma figura imprevisível, um parceiro visto como pouco confiável. Sua inquietude o mantém distante das articulações, já que nenhum grupo o enxerga comprometido com um projeto coeso.

João Maia também comentou o favoritismo de Allyson Bezerra, atribuindo-o ao seu desempenho como prefeito de Mossoró. Não há dúvida de que João já definiu seu lado para 2026: ele está fechado com Allyson.

O que João não disse abertamente, mas é algo que se sabe nos bastidores, é que ele trabalha para emplacar sua esposa, Shirley Targino, como candidata a vice na chapa de Allyson. Isso dependerá da vinda do PL para a aliança. Se o PL se juntar ao grupo, a vaga de vice deverá ser de Nina Souza, esposa de Paulinho Freire. Se não vier, o direito de indicação será do PP, e a vaga ficará com Shirley.

Talvez por isso mesmo João Maia tenha afirmado não acreditar na união entre Rogério Marinho e Allyson no primeiro turno. Pensando no projeto político de sua esposa, essa união talvez nem seja o que ele deseja.

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