Só o tempo vai dizer se Rogério Marinho ganhou ou perdeu ao apostar todas as fichas em Bolsonaro

Só o tempo dirá se Rogério Marinho acertou ou perdeu com as decisões políticas que vem tomando nos últimos meses.

Até janeiro deste ano, Rogério era candidatíssimo ao Governo do Rio Grande do Norte. Passou o ano de 2024 inteiro costurando esse projeto e fez das eleições municipais daquele ano um trampolim para 2026.

Muito provavelmente, entre janeiro e fevereiro, ele recebeu uma sinalização do PL e/ou do ex-presidente Jair Bolsonaro — uma espécie de compromisso de que, se Bolsonaro não fosse candidato à presidência, Rogério teria a bênção para ser o nome do grupo, seja como candidato à Presidência ou à Vice.

A partir de então, houve uma completa guinada de prioridades. Rogério chegou a dar várias entrevistas no Estado, afirmando que o político não é senhor do seu destino e que as circunstâncias nacionais poderiam levá-lo a um projeto maior.

Desde então, seus aliados passaram a justificar a mudança de postura: “Rogério está sendo chamado para uma missão maior”, diziam. Seguiu-se uma trajetória de fidelidade quase absoluta a Bolsonaro, defendendo o ex-presidente em todas as frentes e repetindo exatamente o que ele gostaria de ouvir.

Entre o fim de abril e o início de maio, por algum motivo, Rogério tentou retomar o projeto estadual. Sem convencer ninguém, lançou o movimento “Rota 22”, numa tentativa de manter um pé no RN e outro em Brasília.

A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada no início desta semana e contratada pelo próprio PL, foi a primeira a incluir Rogério Marinho entre os nomes testados para o Governo do Estado. O desempenho foi fraco, e já há previsões de que seu nome deve ser retirado das próximas consultas.

Dito isso, voltamos à questão inicial: Rogério ganhou ou perdeu ao abandonar seu projeto original e apostar num projeto nacional, confiando em uma promessa de Bolsonaro?

A resposta ainda não está clara, embora dez entre dez analistas políticos acreditem que Rogério ficará de fora. Jair Bolsonaro ainda insiste na ideia de ser ele mesmo o candidato, mesmo inelegível. Mas, caso haja uma chapa, é certo que o nome do vice terá o sobrenome Bolsonaro.

E Rogério? Bom, pode lhe restar apenas a opção de tentar voltar para casa, resgatar a candidatura ao Governo e ver se ainda é possível reverter o estrago.

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