O senador Styvenson Valentim (PSDB) corre um sério risco de ficar isolado, sem palanque, na disputa eleitoral de 2026. Embora seja um dos nomes favoritos para conquistar uma das vagas ao Senado, lideranças políticas próximas ao parlamentar avaliam que seu estilo pessoal afasta alianças e interlocutores.
De acordo com essas lideranças, a personalidade de Styvenson faz com que até prefeitos evitem receber as emendas que ele destina, devido à forma ríspida e pouco amistosa com que ele costuma cobrar a execução dos recursos.
Styvenson tem o hábito de fazer cobranças públicas, muitas vezes com estardalhaço, e já insinuou, sem apresentar provas, que prefeitos estariam aplicando recursos em mercado financeiro. Um dos gestores que vivenciou essa situação declarou que “é melhor ficar sem os recursos do orçamento do que pedir a Styvenson”.
“Ele parece desconhecer as dificuldades das prefeituras e faz cobranças sem compreender o contexto, colocando os prefeitos contra a parede”, avaliou o prefeito, que preferiu não se identificar.
Pensando em 2026, Styvenson chegou a declarar que passaria a agir de forma mais política, dando a entender que estaria disposto a participar mais ativamente do jogo político tradicional. No entanto, suas atitudes seguem as mesmas: colecionando embates com aliados e adversários.
O exemplo mais recente foi a nova briga com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, acusado pelo senador de estar dificultando as obras do Hospital Infantil da cidade — obra viabilizada com recursos provenientes de emendas do próprio parlamentar.
O isolamento de Styvenson pode se acentuar não apenas por seu estilo “arrasa-quarteirão”, mas também porque existe uma real possibilidade de o senador Rogério Marinho — seu principal aliado — não disputar o Governo do Estado em 2026. Nesse cenário, a oposição tende a se aglutinar em torno do palanque de Allyson Bezerra — justamente um desafeto de Styvenson.
Restaria ao senador uma candidatura isolada ao Senado, sem alianças com o Executivo estadual e tampouco com outros partidos. Um cenário que remete à sua primeira eleição, quando venceu de forma independente, com uma campanha fora dos padrões tradicionais.