União da boca pra fora: Allyson, Styvenson, Rogério e Álvaro são peças que não se encaixam

Há muitos motivos para não se acreditar na união da oposição no Rio Grande do Norte. Embora, dia sim e outro também, os líderes oposicionistas deem entrevistas dizendo que é necessário se unir, não há no horizonte qualquer sinal concreto de que isso esteja acontecendo.

E há vários episódios que evidenciam essa dificuldade de união. Vamos a eles:

Allyson Bezerra, prefeito de Mossoró, é candidatíssimo a governador. Está embalado. Hoje, não existe nenhuma chance de desistência, salvo algo totalmente inesperado. Se houver união da oposição, pode acreditar: será com os outros abrindo mão de suas postulações em favor de Allyson — jamais o contrário.

A virulência do senador Styvenson Valentim em relação a Allyson é algo bem acima do aceitável. O clima para convivência entre os dois não existe.

O ex-prefeito Álvaro Dias conseguiu a proeza de desagradar a gregos e troianos dentro da oposição. Seu jeito inquieto o tornou uma figura vista como inoportuna e pouco confiável. Ninguém está disposto a segurar na mão de Álvaro.

O senador Rogério Marinho está praticamente fora do cenário nacional. Após o fraco desempenho na pesquisa da Paraná Pesquisas, teve que voltar seu foco ao cenário estadual. E não confia em Allyson a ponto de abrir mão da cabeça de chapa por ele. Os cálculos do PL indicam que a melhor alternativa é manter um palanque próprio.

Outro ponto que inviabiliza a união é que não há a menor chance de Rogério aceitar o critério de pesquisas para definir o candidato do grupo — da mesma forma que Allyson também não aceita abrir mão da vaga, sendo ele o líder nas pesquisas. Não há conciliação possível.

E, por fim, ainda tem a tal fogueira das vaidades. Trata-se de um grupo com egos grandes, com muita vaidade em jogo.

Por tudo isso, ninguém deve apostar suas fichas nessa história de união da oposição. Não há luz no fim do túnel. Pelo contrário: os lados estão cada vez mais distantes.

Ainda assim, é sempre interessante dar entrevistas pregando a união. Ninguém quer ser rotulado como semeador de discórdia ou carregar a culpa pela desunião. Mas é só discurso — da boca para fora. O que se vê, de fato, é cada lado tocando seu projeto, sem qualquer intenção de voltar atrás.

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