Depois do veto do presidente Lula ao projeto de lei que ampliava o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, vários planos que estavam sobre a mesa de lideranças políticas potiguares se desfizeram — junto com alguns argumentos.
A justificativa de que o aumento de cadeiras implicaria gastos extras aos cofres públicos caiu por terra. Mesmo mantendo o número atual de deputados, as Casas Legislativas continuarão recebendo o mesmo duodécimo. O repasse ao Legislativo é um percentual fixo da arrecadação estadual e federal, independentemente do número de parlamentares.
O deputado Ezequiel Ferreira, que condicionava sua possível candidatura à Câmara dos Deputados ao aumento de vagas, deve recuar e repensar com mais cautela a viabilidade da mudança. Já a deputada estadual Isolda Dantas, que vinha amadurecendo sua decisão de disputar vaga federal, deve voltar à estaca zero e reavaliar o cenário.
O cálculo político também mudou. Com dez cadeiras, havia a perspectiva de pelo menos cinco vagas em aberto, considerando que João Maia, Robinson Faria, Benes Leocádio, Natália Bonavides e Fernando Mineiro seriam candidatos à reeleição. Agora, com apenas oito vagas em jogo, a disputa será mais acirrada para todos.
A nominata do União Brasil e PP, que planejava eleger pelo menos cinco deputados federais — mantendo os quatro atuais e conquistando mais um — terá que rever metas e puxar o freio. O cenário pode passar de “mais um” para “menos um”.
O PT, que contava com a chance de eleger três deputados com a ampliação, recalcula agora para garantir, no mínimo, dois. Já o PL, que projetava duas vagas, enfrentará dificuldades até para manter uma. Com a configuração atual, um dos seus dois deputados federais pode ficar de fora.