Ao longo deste sábado, irei postar vários textos de análise sobre a passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Rio Grande do Norte. Há diversas leituras possíveis dos episódios e personagens envolvidos, que nos ajudam a compreender o atual quadro político do bolsonarismo potiguar.
O primeiro assunto que gostaria de abordar é o significado dessa visita de Bolsonaro para a candidatura de Rogério Marinho ao Governo do Estado. Não restou dúvida: toda a programação e todos os eventos foram pensados para dar visibilidade a Rogério. O senador foi o grande beneficiário da visita.
Rogério esteve ao lado de Bolsonaro o tempo todo, apareceu em todas as fotos e vídeos, foi ovacionado junto ao “mito” e, após Bolsonaro, foi o principal protagonista de toda a programação.
Ele conseguiu a imagem que desejava: a fala de Bolsonaro, dizendo que Rogério é um grande senador e que seria um excelente governador para o Rio Grande do Norte, foi a cereja do bolo.
Até mesmo em Mossoró, quando os organizadores da visita tentaram evitar que Bolsonaro fosse à Estação das Artes — temendo vaias por ser um reduto do prefeito Allyson Bezerra —, foi o próprio ex-presidente quem decidiu mudar o roteiro. Preferiu ir à Estação das Artes, onde estava a multidão, levando Rogério a tiracolo, para aparecer nos flashes dos celulares e nos vídeos feitos sem parar.
A passagem de Bolsonaro deu visibilidade à candidatura de Rogério e fixou, com pregos firmes na parede, o quadro com o nome de Rogério Marinho como candidatíssimo ao Governo do Rio Grande do Norte.