Walter escuta conselhos em Brasília para que amplie debate com a base e vê pressão para que assuma o Governo

O vice-governador Walter Alves teve uma intensa agenda de conversas em Brasília. Ele ouviu dirigentes do MDB, dialogou com ministros do partido, com lideranças na Câmara dos Deputados e recebeu diversos conselhos. O principal deles foi no sentido de ampliar o diálogo com as bases antes de tomar qualquer decisão: ouvir prefeitos, pré-candidatos das nominatas e, somente depois, adotar uma posição que reflita o entendimento da maioria.

Nas conversas, Walter deixou claro que trabalha com dois cenários. O plano A é assumir o Governo e priorizar a montagem das nominatas. O plano B é não assumir o Executivo e disputar uma vaga de deputado estadual. Mais uma vez, a orientação recebida foi para que ele converse amplamente com a base partidária antes de qualquer definição.

Walter informou que esse processo de escuta já está em curso e que pretende ampliá-lo nos próximos dias. Segundo ele, antes do fim do ano deverá ocorrer uma conversa decisiva entre ele, o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, e a governadora Fátima Bezerra, quando se buscará um entendimento final.

O que foi possível apurar até o dia de ontem é que, nas conversas realizadas com suas bases, a maioria dos pré-candidatos a deputado estadual e a deputado federal se posiciona favoravelmente à sua assunção ao Governo. A avaliação predominante é de que, sem assumir o Executivo, as metas eleitorais do partido ficariam comprometidas. Entre os prefeitos, o cenário é de divisão equilibrada.

Deputados com mandato que estão comprometidos em se filiar ao MDB em março do próximo ano, como Ivanilson Oliveira, Hermano Morais, Eudiane Macedo, Kleber Rodrigues e Ubaldo Fernandes, também defendem que Walter assuma o Governo, assim como o Doutor Bernardo Amorim.

A orientação para ampliar o diálogo com as bases também tem como objetivo ganhar tempo para alinhar novos compromissos com o Governo. O PT tem uma proposta colocada à mesa caso Walter decida não assumir, buscando evitar um rompimento e preservar a aliança. Por outro lado, se ele optar por assumir o Governo, o partido demonstra disposição para renegociar as bases do acordo.

Em sentido oposto, não avançaram as conversas com o União Brasil e o PP, intermediadas pelo ex-deputado Kelps Lima. A vaga de vice na chapa da chamada terceira via não está disponível e pertence ao PP de João Maia, que já definiu a indicação de Shirley Targino. O partido não abre mão dessa posição. O único ponto considerado negociável seria o apoio à eleição de Waltinho para a presidência da Assembleia Legislativa.

Nos próximos dias, Walter deve intensificar essas conversas para definir qual caminho seguirá, buscando o apoio de todo o partido. A pressão para que ele assuma o Governo aumentou. A decisão que estava praticamente tomada, de comunicar ao PT nacional que não assumiria o Executivo, ao que tudo indica, ficou em suspenso.

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