Não há sinais de fumaça no ar. A conversa entre Fátima Bezerra e Walter Alves não tem data para acontecer. O PT quer uma decisão até o final do ano e não aceita transferir essa definição para 2026, sob pena de criar uma trava na elaboração de suas estratégias.
Se não há diálogo em vista, é porque o MDB não quis. Mensageiros até tentaram agendar a conversa, mas Walter Alves não deu cabimento. O vice-governador não aceita o que considera um ultimato petista: decidir até o fim do ano.
Incomodado com a situação, o vice-governador quer dar um drible na pressão dos petistas para que haja a conversa com Fátima e está tentando agendar em Brasília uma conversa direta com a cúpula petista. Sem Fátima.
Ainda assim, o PT entende estar correto ao exigir uma definição. O “chute no pau da barraca” dado por Walter não se justifica. Nem mesmo a situação financeira do Estado chegou ao ponto alardeado por “Waltinho”, e o PT não considera que exista qualquer bomba armada para o sucessor.
A insistência do PT se explica: a posição de Walter é o ponto de partida para todas as demais decisões. O partido precisa definir se Fátima Bezerra vai ou não renunciar ao cargo e, a partir disso, construir os caminhos possíveis. Sem uma resposta do vice-governador, o PT e toda a federação correm o risco de ficar quase quatro meses paralisados.
A recusa em agendar a conversa, a ausência de declarações públicas para estancar a sangria e as sinalizações de que não seria aliado da esquerda — mesmo integrando um governo de esquerda — foram lidas pelos petistas como movimentos preparatórios para um rompimento. Até mesmo o gesto mais recente em que Walter sinalizou que quer vai conversar com o PT nacional, negando-se a uma conversa local.
Em resumo: o MDB não quer decidir nada agora; o PT exige uma definição até o final do ano. Com posições tão claras e opostas, o confronto se torna inevitável.





