A senadora Zenaide Maia tem precisado explicar, em algumas reuniões internas, a centralidade que vem dando a Mossoró em seu projeto de reeleição ao Senado. Há muitos questionamentos sobre o fato de ela ter entregue, praticamente, sua estratégia eleitoral às mãos do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra.
Já há algum tempo, a agenda da senadora mostra presença constante na cidade — não há uma só semana sem compromissos em Mossoró. A impressão de alguns aliados é que o foco de visibilidade de Zenaide ficou restrito ao ambiente municipal, quando ela precisaria de projeção estadual.
Allyson costuma convidar Zenaide para praticamente todos os eventos, inclusive os atos internos da Prefeitura, e a senadora tem cancelado compromissos importantes em outras regiões para atender aos chamados de Mossoró.
A primeira leitura feita por seus aliados é que Mossoró pode, sim, ter papel estratégico na reeleição de Zenaide, mas não pode ofuscar o restante do Estado. O modelo atual tem feito com que toda a agenda estadual dependa do que ocorre em Mossoró.
Os críticos à estratégia adotada pela senadora ficaram ainda mais preocupados com as duas pesquisas divulgadas nesta semana no RN. Na pesquisa do Instituto Sensatus, Fátima Bezerra abriu boa dianteira sobre Zenaide, com praticamente o dobro das intenções de voto em todo o Estado.
Já na pesquisa do Instituto Datavero, o recorte da amostragem feita em Mossoró mostrou Zenaide com apenas 10% das intenções de voto na cidade, em terceiro lugar. Ela aparece atrás de Fátima Bezerra, que tem 26%, e de Styvenson Valentim, com 24%.
Parte do grupo que tem influência sobre a senadora tenta agora reverter essa prioridade dada a Mossoró, buscando convencê-la a ampliar o horizonte político e recuperar visibilidade em outras regiões do Estado.
