A senadora Zenaide Maia está fazendo seus cálculos. Na mesa, ela tem uma proposta de aliança com o PT: compor uma chapa com a governadora Fátima Bezerra na disputa pelo Senado. Segundo relatos de interlocutores próximos ao casal Jaime Calado e Zenaide, há hoje uma forte tendência de que o acordo com o governo seja concretizado.
Já comentei aqui sobre as dificuldades enfrentadas pela senadora para tomar essa decisão. A novidade agora é a informação de que a aliança caminha para ser sacramentada. Jaime Calado chegou a afirmar, nesses bastidores, que seu palanque será o de Lula.
Zenaide avalia que haverá quatro candidatos fortes ao Senado: dois alinhados à oposição e dois ao governo. Desses quatro nomes, três se destacam: Styvenson, Fátima e a própria Zenaide. Seu dilema, portanto, é escolher qual dos dois adversários pretende enfrentar diretamente. Ela pode se aliar ao governo e concentrar esforços para derrotar Styvenson ou, ao lado da oposição, tentar vencer Fátima.
Apesar de haver um entendimento entre a senadora e o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, o rompimento definitivo entre ele e o governo estadual acabou fixando Allyson na oposição — o que trouxe um grande impasse para Zenaide. Como manter a parceria com Allyson Bezerra se ela não tem qualquer afinidade com o campo oposicionista no RN? Ninguém consegue imaginar Zenaide em um palanque bolsonarista. Vale lembrar que, além de alinhada ao pensamento progressista, ela é vice-líder do governo Lula no Senado.
Outro fator que tem favorecido a aliança entre Zenaide e Fátima é o pacote de apoio que vem atrelado ao acordo. Fátima está disposta a ceder, de imediato, o comando da Caern e uma secretaria de grande porte. A estrutura federal também foi colocada à disposição.
Em uma disputa tão acirrada pelo Senado, contar com o suporte das máquinas estadual e federal pode fazer enorme diferença. Já na oposição, Zenaide enfrentaria a campanha praticamente a pão e água.
