O cenário político do RN pode ganhar novos contornos caso Styvenson Valentim decida disputar o Governo em vez de buscar a reeleição ao Senado. Embora Allyson Bezerra lidere hoje com 30%, os números do primeiro voto para o Senado colocam Styvenson em patamares competitivos. Uma eventual disputa entre ambos destacaria rivalidades pessoais, estilos opostos de gestão e forte presença digital. A possibilidade, ainda hipotética, dependeria de uma retirada estratégica de Rogério Marinho.
A nova pesquisa do Paraná Pesquisas, realizada de 6 a 10 de setembro com 1.505 eleitores no RN, mostra um cenário competitivo para o governo: Allyson Bezerra (30%) e Rogério Marinho (28,2%) estão tecnicamente empatados. No Senado, Zenaide Maia foi destaque, crescendo 10 pontos desde fevereiro. A aprovação do governo Fátima Bezerra também subiu, reduzindo em dez pontos a distância para a desaprovação.
A ida de Ivanilson Oliveira para o MDB expôs uma crise na base de Allyson Bezerra em Mossoró. Os vereadores Vavá Martins e Wiginis do Gás mantiveram apoio ao deputado, que é crítico da gestão municipal. Antes, a situação já era incômoda com Petras Vinícius, que apoia Kléber Rodrigues, aliado da oposição. Agora, três vereadores da base caminham com candidatos adversários, em choque com o projeto de Allyson de eleger sua esposa, Cinthia Pinheiro. A tendência é que o prefeito cobre definições mais rígidas da bancada.
A definição do vice de Allyson Bezerra deixou de ser consenso no grupo aliado. Inicialmente, o PP teria a prerrogativa da indicação, e João Maia trabalhava pelo nome da esposa, Shirley Targino. No entanto, o PSD passou a defender Carlos Eduardo Alves ou Marianna Almeida como alternativas mais fortes eleitoralmente. Também entrou no debate o prefeito de Caicó, Judas Tadeu, que poderia migrar para o PP. A disputa expõe a falta de acordo interno e a pressão por um nome que agregue votos.
Styvenson Valentim deixou em aberto a possibilidade de trocar a reeleição ao Senado por uma candidatura ao Governo do RN, caso Rogério Marinho desista da disputa. Analistas veem a declaração como populismo, mas há indícios de que o senador fala sério. Sua trajetória imprevisível, o desejo de controlar o orçamento estadual e a aversão a Allyson Bezerra reforçam essa hipótese. Coragem não lhe falta — e o cenário pode mudar de repente.
Walter Alves confirmou que não disputará o governo em 2026, priorizando o fortalecimento do MDB. O partido busca montar uma nominata robusta para a Assembleia e, ao menos, garantir um deputado federal. As articulações, porém, enfrentam frustrações e indefinições, especialmente na chapa federal. Até agora, pouco avanço concreto foi percebido, mas Waltinho insiste que essa é sua prioridade.

SOBRE NETO QUEIROZ

SOBRE O BLOG