A pesquisa do Paraná Pesquisas sobre o cenário eleitoral no RN apresenta inconsistências importantes. Na disputa para o Senado, há inversão dos percentuais atribuídos a Zenaide Maia e Fátima Bezerra. No segundo turno, não foi simulada a disputa entre Allyson Bezerra e Rogério Marinho, apesar de ambos liderarem no primeiro turno. Na pergunta sobre o Senado, a soma dos percentuais deveria chegar a 200%, mas ficou em 177%, sem justificativa plausível. As falhas não invalidam a pesquisa, mas comprometem sua clareza e confiabilidade.
O cenário político do RN pode ganhar novos contornos caso Styvenson Valentim decida disputar o Governo em vez de buscar a reeleição ao Senado. Embora Allyson Bezerra lidere hoje com 30%, os números do primeiro voto para o Senado colocam Styvenson em patamares competitivos. Uma eventual disputa entre ambos destacaria rivalidades pessoais, estilos opostos de gestão e forte presença digital. A possibilidade, ainda hipotética, dependeria de uma retirada estratégica de Rogério Marinho.
A nova pesquisa do Paraná Pesquisas, realizada de 6 a 10 de setembro com 1.505 eleitores no RN, mostra um cenário competitivo para o governo: Allyson Bezerra (30%) e Rogério Marinho (28,2%) estão tecnicamente empatados. No Senado, Zenaide Maia foi destaque, crescendo 10 pontos desde fevereiro. A aprovação do governo Fátima Bezerra também subiu, reduzindo em dez pontos a distância para a desaprovação.
A ida de Ivanilson Oliveira para o MDB expôs uma crise na base de Allyson Bezerra em Mossoró. Os vereadores Vavá Martins e Wiginis do Gás mantiveram apoio ao deputado, que é crítico da gestão municipal. Antes, a situação já era incômoda com Petras Vinícius, que apoia Kléber Rodrigues, aliado da oposição. Agora, três vereadores da base caminham com candidatos adversários, em choque com o projeto de Allyson de eleger sua esposa, Cinthia Pinheiro. A tendência é que o prefeito cobre definições mais rígidas da bancada.
A definição do vice de Allyson Bezerra deixou de ser consenso no grupo aliado. Inicialmente, o PP teria a prerrogativa da indicação, e João Maia trabalhava pelo nome da esposa, Shirley Targino. No entanto, o PSD passou a defender Carlos Eduardo Alves ou Marianna Almeida como alternativas mais fortes eleitoralmente. Também entrou no debate o prefeito de Caicó, Judas Tadeu, que poderia migrar para o PP. A disputa expõe a falta de acordo interno e a pressão por um nome que agregue votos.
Styvenson Valentim deixou em aberto a possibilidade de trocar a reeleição ao Senado por uma candidatura ao Governo do RN, caso Rogério Marinho desista da disputa. Analistas veem a declaração como populismo, mas há indícios de que o senador fala sério. Sua trajetória imprevisível, o desejo de controlar o orçamento estadual e a aversão a Allyson Bezerra reforçam essa hipótese. Coragem não lhe falta — e o cenário pode mudar de repente.

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