O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enviou um recado claro aos seus aliados: será candidato à reeleição. O objetivo é conter a corrida interna entre os aliados que já estão de olho na sucessão estadual, presumindo que Tarcísio concorrerá à presidência.
Já comentei aqui sobre o dilema de Tarcísio e suas consequências. Ele não pode antecipar o desejo de ser candidato à presidência, pois Jair Bolsonaro sustenta que será o candidato e não aceita que outro nome se lance. Se Tarcísio insistir nisso, será considerado traidor e corre o risco de criar um atrito grave com o ex-presidente.
Por outro lado, Tarcísio não pode abandonar a sucessão estadual, sob pena de ver o que já está acontecendo: seus aliados brigando para ser o candidato e tentando ocupar seu espaço. A declaração de Tarcísio de que será candidato à reeleição tenta conter essa sangria.
Esse será um grande problema para Tarcísio, que ainda vai perdurar por um bom tempo. Bolsonaro não vai largar o osso e não aceita que ninguém venha pegá-lo. “Só serei candidato à presidência se Bolsonaro me pedir”, disse Tarcísio em entrevista recente. Ou seja, mantém um discurso de fidelidade.
Contudo, em breve, ele terá que se definir, pois a pressão sobre ele será grande. E Tarcísio sabe que não poderá se equilibrar por muito tempo com um pé na corrida presidencial e outro na corrida estadual.