Após publicar neste blog que as pontes que separavam Allyson Bezerra e Fátima estavam todas queimadas, e que não há perspectiva de aliança entre eles para 2026, uma pergunta recorrente dos leitores tem sido sobre a possibilidade de reaproximação entre Allyson e Rogério Marinho, e se todo o campo da oposição poderá se unir para derrotar o PT.
Acredito que isso é perfeitamente possível. No entanto, há uma condição: um dos dois precisa desistir da disputa pelo Governo. Apesar de essa parecer uma resposta óbvia, há outros fatores que precisam ser considerados por trás dessa definição.
Os sinais atuais indicam que Rogério está mais próximo de abrir mão da candidatura, pois decidiu priorizar um projeto nacional, no qual espera ser alçado à chapa presidencial. O plano A de Rogério é relativamente fácil de identificar, mas também apresenta fragilidades. Não será surpreendente se ele ficar pelo caminho — especialmente se Bolsonaro for preso — e tiver que recorrer ao plano B: disputar o Governo do Estado.
Quanto a Alysson, vejo apenas uma possibilidade de desistência: resultados muito ruins nas pesquisas. No entanto, liderando como está em todas elas, não vejo o prefeito de Mossoró desistindo. Afinal, ele vem se preparando para esse momento desde o início de seu primeiro mandato. Traçou cada passo com minucioso planejamento e agora vê o “cavalo selado” à sua frente.
Tanto Rogério quanto Alysson têm um prazo para realizar seu próximo movimento no tabuleiro político. Ambos devem sustentar, até o fim do ano, o discurso da necessidade de união. Alysson quer adiar ao máximo o lançamento de sua pré-candidatura, enquanto Rogério precisa de tempo para saber se seu plano A, ao lado de Bolsonaro, se concretizará.
Portanto, não há por que ter pressa em obter uma resposta definitiva sobre a união da oposição. As circunstâncias futuras trarão a resposta no tempo certo.