As convicções que o senador Rogério Marinho mantinha sobre o cenário nacional parecem estar mudando. A ficha está caindo. O pacto — ou seja lá o que tenha sido — firmado com Jair Bolsonaro, que o fez acreditar que seria ungido como nome da chapa presidencial, parece agora fragilizado.
Enquanto o projeto de anistia se desfaz, rejeitado pelas principais lideranças do Congresso, desmoronam também as esperanças do PL e do ex-presidente Bolsonaro de disputar a presidência da República em 2026. Nos bastidores de Brasília, a Faria Lima e a grande mídia já dão como certa a prisão de Bolsonaro antes do fim do ano.
Sem anistia e com Bolsonaro possivelmente preso — um cenário cada vez mais plausível —, o que sobra para Rogério Marinho no plano nacional?
Ao que tudo indica, o senador percebe que os ventos mudaram e tenta, a todo custo, redirecionar as velas de seu barco rumo ao projeto estadual. O problema é que os espaços que ele havia deixado vazios já foram ocupados.
Rogério Marinho já comenta, em conversas com pessoas próximas, a possibilidade de retomar os diálogos com Allyson Bezerra, buscando uma reaproximação. Em uma recente entrevista, ele chegou a citar o nome de Allyson como um dos prováveis candidatos ao Governo do Estado — algo que não fazia desde janeiro, quando excluía o prefeito de Mossoró das menções sobre a sucessão estadual.
Rogério é um político habilidoso e pragmático. Ele sente que a sucessão de 2026, no Rio Grande do Norte, está tomando um rumo desfavorável a ele. Insistir em um terceiro palanque e dividir a oposição são decisões que ele parece estar repensando diante do novo cenário.
Contudo, o “freio de arrumação” que Rogério começa a acionar enfrenta um obstáculo: o senador Styvenson Valentim está com o carro acelerado, atropelando situação e oposição. Só saberemos se haverá de fato uma mudança de rumo quando — e se — a luz de freio do carro de Styvenson se acender.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.