Governistas querem que CPMI do INSS comece investigando a origem da fraude, em 2019, quando Rogério Marinho era titular da Previdência

A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, revelou ao Brasil um esquema de fraudes no INSS estimado em R$ 6,3 bilhões. Rapidamente, a oposição ao governo Lula se mobilizou e tenta criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o esquema.

O detalhe é que a base governista enxergou uma luz no fim do túnel e está se articulando para direcionar a investigação de modo que recaia sobre o senador potiguar Rogério Marinho.

Explico.

Segundo a Polícia Federal, o esquema começou a operar em 2019 e continua até hoje. A PF chegou a essa data porque os contratos mais antigos encontrados pela investigação — com autorização para desconto associativo de aposentados e pensionistas — datam daquele ano.

E quem era o titular da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020? Exatamente, Rogério Marinho. Na época, o presidente Jair Bolsonaro havia transformado o antigo Ministério da Previdência em uma secretaria especial, e Rogério era o secretário responsável.

Ao descobrir esse dado, a base do presidente Lula percebeu que, se a CPMI for realmente criada com o objetivo de atingir o governo atual, o feitiço pode virar contra o feiticeiro. A estratégia é solicitar à Polícia Federal toda a documentação sobre o início do esquema para verificar se há envolvimento, direto ou indireto, de Rogério Marinho.

É importante esclarecer que, até o momento, a investigação não citou o nome de Rogério em nenhuma acusação, tampouco houve, durante sua passagem pelo cargo, qualquer denúncia relacionada a esse tipo de fraude. No entanto, os governistas agora miram com mais atenção esse período. A tentativa tem como alvo um dos principais aliados do bolsonarismo.

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