Há uma boa razão pela qual o deputado federal General Girão declarou que Rogério teria mais a contribuir com o estado se permanecesse em Brasília, em vez de disputar o Governo do Rio Grande do Norte. A repercussão das declarações levou Girão a tentar se explicar, dizendo que não disse o que, de fato, disse.
A verdade é que Girão se sente isolado no PL comandado por Rogério. A gota d’água foi a eleição de 2024, quando Girão sequer teve o direito de ser ouvido nas conversas que definiram os palanques do partido em vários municípios — principalmente em Natal, onde o PL apoiou Paulinho Freire. Todo o projeto foi conduzido por Rogério e imposto a Girão.
Despachar Rogério de volta a Brasília é o caminho que Girão enxerga para tentar retomar algum protagonismo dentro do bolsonarismo potiguar. Ele teme ver o filme de 2024 se repetir, com o PL em 2026 novamente sendo conduzido unicamente pelo senador, sem espaço para opiniões divergentes.
Eis por que Girão acha que Rogério contribui mais estando em Brasília. Contribui mais, sim — com o próprio Girão, é claro.
Portanto, desconsideremos as explicações de Girão, especialmente quando ele afirma que Rogério venceria com folga a eleição para governador. Essa foi apenas a maneira encontrada para apagar o quase incêndio que ele próprio causou.