Apesar de o Instituto Consult ter mostrado o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, ainda presente no jogo político — figurando em terceiro lugar na disputa pelo governo do Estado e em segundo lugar na corrida pelo Senado —, ele enfrenta desafios consideráveis para continuar relevante no cenário estadual.
Uso o termo “apesar” porque outras pesquisas divulgadas recentemente mostram Álvaro com desempenho eleitoral muito mais tímido. Foi a Consult que, de certa forma, deu fôlego político ao ex-prefeito.
Antes de seguir, reafirmo minha convicção: não acredito que Álvaro Dias será um dos protagonistas da campanha de 2026. A memória do eleitor de Natal sobre sua gestão está se dissipando rapidamente. Além disso, ele não tem base política consolidada nem influência significativa no interior do Estado.
Mas o ponto principal aqui é outro: um dos maiores desafios de Álvaro Dias será seu destino partidário. Atualmente no Republicanos, o ex-prefeito pode se ver fora da legenda, já que o partido está em negociações avançadas para formar uma federação com o MDB. O anúncio oficial deve acontecer em junho. Caso isso se concretize, Álvaro ficará sem um partido para chamar de seu.
Numa federação entre MDB e Republicanos, é fácil supor que, no Rio Grande do Norte, o comando político fique sob a liderança do vice-governador Walter Alves. É pouco provável que essa aliança tenha Álvaro como protagonista, à frente de figuras como Walter, Garibaldi e Ezequiel.
Com a mudança no comando partidário, o destino natural de Álvaro será buscar uma nova sigla. O PL parece ser o caminho mais viável. No entanto, no PL quem manda é Rogério Marinho — e ele já é o nome do partido para a disputa ao governo. Restaria a Álvaro, então, pleitear a segunda vaga na chapa para o Senado, ao lado de Styvenson Valentim.
Caso Álvaro opte por disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, teria que enfrentar nomes fortes como General Girão e Paulinho Freire (ou mesmo João Maia, se estiver na legenda). A vantagem, nesse caso, seria a nominata mais competitiva do PL, já que o Republicanos sequer tem uma chapa competitiva montada.