Candidato a tudo e a nada: discurso vago de Ezequiel Ferreira sobre 2026

Sinceramente, não entendo por que tantas manchetes foram dadas às últimas declarações do deputado e presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, sobre qual cargo pretende disputar no próximo ano. A rigor, ele não disse nenhuma novidade. Suas falas foram insossas, levando do nada a lugar nenhum.

Num dia, Ezequiel afirma: “Estou pronto para tudo.” Noutro, declara: “Posso ser candidato a qualquer coisa.” Sua última declaração foi: “Atualmente, sou candidato a deputado estadual.”

Resumindo a conversa: Ezequiel apenas disse obviedades. Ele delimitou uma trajetória que começa com o “sou candidato a deputado estadual” e pode ir até o “posso ser candidato a qualquer coisa”.

Ezequiel é decifrável. Ele se coloca como candidato a deputado estadual porque, se nada mais der certo, essa é sua carta de segurança: disputar a reeleição. Por isso, inicia o jogo anunciando o que já tem garantido — a vaga na Assembleia.

Como ele ainda não sabe quais cartas o jogo político lhe oferecerá, abre possibilidades com a frase “posso ser qualquer coisa”. A melhor carta seria a candidatura ao governo, unindo gregos e troianos — mas essa é a jogada máxima, e a realidade ainda não aponta para isso.

Uma jogada intermediária seria o MDB montar uma boa nominata para deputado federal, reduzindo riscos, e Ezequiel ser o puxador de votos. Essa seria uma eleição quase certa, evitando aventuras maiores.

E por que ele não se anuncia logo candidato a federal? Porque ainda não tem essa carta em mãos. Está tentando consegui-la, mas há variáveis fora de seu controle. Enquanto isso, prefere mostrar a carta segura: candidato a deputado estadual.

Mas ele está no jogo — apenas esperando as próximas cartas.

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